Planejamento

Indicadores municipais facilitam gestão de municípios

Indicadores municipais facilitam gestão de municípios

Observatório de Indicadores, em Curitiba, trabalha com informações de forma desagregada

A importância da informação local para o planejamento e desenvolvimento dos municípios foi um dos temas recorrentes nas discussões do II Encontro Nacional de Produtores e Usuários de Informações Sociais, Econômicas e Territoriais, que aconteceu no Rio de Janeiro, de 21 a 25 de agosto. O planejamento e a gestão da cidade são processos que exigem um diagnóstico global e continuado da realidade urbana, que acompanhe e interprete a dinâmica da cidade. “Na mesma medida em que se organizam, interpretam e disponibilizam dados e informações necessárias a esse processo, aumenta a possibilidade de se tomar decisões mais acertadas em direção às metas que se determinou alcançar na gestão administrativa”, afirma o coordenador do Banco de Dados do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba  (Ippuc), Lourival Peyerl.

Segundo Peyerl, trabalhar com informações de forma municipalizada permite ao prefeito utilizar instrumentos adequados de gestão. “Como a maioria dos dados disponíveis é estadual ou regional, é difícil identificar áreas prioritárias e direcionar as políticas públicas para as áreas que mais necessitam”.

A preocupação nacional de se tratar informações e indicadores de maneira regionalizada vem sendo trabalhada pelo Observatório Regional Base de Indicadores de Sustentabilidade (Orbis), em Curitiba, desde a sua origem, há dois anos. De acordo com a coordenadora executiva do Orbis, Luciana Brenner, que participou das discussões do Seminário, disponibilizar informações municipais é um dos objetivos do Observatório. “Existem dificuldades para se obter informações municipais. As informações administrativas, como educação e saúde, são pulverizadas e estão em diferentes bases de dados; as informações censitárias são desfalcadas e as pesquisas domiciliares são amostrais, o que não possibilita uma abordagem municipal”, afirma Luciana, ressaltando que a acumulação de dados demográficos e a sua correta interpretação têm representado uma importante fonte de informações para a ação de planejamento e gestão da cidade, pois permite que se avalie o comportamento de inúmeras variáveis fundamentais para o monitoramento das cidades.

Para melhor atender à população e facilitar a busca e uso das informações municipais, o Orbis reformulou seu site. “O novo site é mais interativo com o usuário e permite uma busca mais específica dos indicadores municipais”, define Luciana. A nova versão do site do Orbis entra no ar nesta sexta-feira (01).

O Encontro Nacional, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), teve como objetivo revisar e aperfeiçoar o Plano Geral de Informações Estatísticas e Geográficas a partir da mobilização e consulta a produtores e usuários de informações, incluindo instituições governamentais, institutos de pesquisa, organizações não- governamentais, associações científicas, bem como técnicos e pesquisadores interessados na produção, disseminação e utilização de informações necessárias ao conhecimento da realidade do país e exercício da cidadania.

“O encontro proporcionou para o Orbis a ampliação de redes de contatos entre produtores e usuários de informação, em diversas áreas de atuação, além da participação na formulação do Plano Geral de Informações Estatísticas e Geográficas”, afirma Luciana Brenner. Este plano norteia as ações estratégicas do IBGE.

Além de elaborar um diagnóstico abrangente e atualizado sobre o estado da arte da produção de informações no âmbito da esfera pública do país, o evento proporcionou o levantamento das lacunas e oportunidades de aprimoramento e explicitou as demandas por novas informações.

Oportunidades – Durante o evento, representantes do Orbis, Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Educação, Ippuc e Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) conheceram as linhas de pesquisas e as ferramentas de disseminação das bases de dados do IBGE, trabalhadas exclusivamente ou em parcerias com outras instituições, além das tendências futuras de reformulação ou criação de novas pesquisas.

Entre as ferramentas apresentadas, as de maior interesse para o trabalho do Observatório são a BME, SIDRA, StatCart, Base de Informações Municipais, que trabalham com informações desagregadas, além de sistemas internos de gerenciamento de informações como o Gerenciamento Eletrônico de Documentos, Sistema de Agendamento, Geração Automática de Questionário e Metadados.

Banco de dados – O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), um dos parceiros do Orbis, apresentou seu banco de dados com informações de Curitiba no encontro. O banco tem monitorado o crescimento da cidade, levando em conta a preocupação com a decisão do IBGE na contagem da população, a ser realizada em 2007, que excluirá os municípios com mais de 170 mil habitantes.
“Planejar bem é impossível sem informações corretas e oportunas”, afirma Lourival Peyerl, lembrando da dificuldade em reunir informações municipais corretas e atualizadas.

Para o coordenador, além da perspectiva administrativa, a informação pode assumir uma importante função política na construção da cidadania, na medida em que se tornam públicos os dados sobre a cidade, para que o cidadão possa interpretar por si mesmo a realidade na qual vive. “Disponibilizar informações contribui para o desenvolvimento da democracia e estabelece uma relação de troca com a sociedade civil”, afirma o técnico.

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