Desde 2004, o Sesi no Paraná lidera no estado o trabalho de divulgação, mobilização e acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Os 10 anos de trabalho tornaram o Sesi referência e, desde 2015, com a aprovação da Agenda 2030 da ONU, encabeça a promoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no Paraná.
No ano passado lançou o Prêmio Sesi ODS para reconhecer, valorizar e divulgar as indústrias, empresas e instituições públicas e do terceiro setor com boas práticas para o alcance dos ODS. No total, foram 204 inscritos e 12 premiados.
Para a segunda edição do prêmio, que já está com as inscrições abertas, o Sesi no Paraná traz algumas novidades. Além das quatro categorias já existentes – Indústria (com as subcategorias pequena e micro, média e grande); Empresa (com as subcategorias pequena e micro, média e grande); Poder Público (com as subcategorias municipal, estadual e federal); e Terceiro Setor (com as subcategorias local, regional e estadual/federal) – foi aberta também a categoria Instituição de Ensino, com as subcategorias Educação Básica e Educação Superior. “No ano passado tivemos muitos projetos de escolas inscritos, por isto decidimos abrir a nova categoria”, explica Maria Cristhina Rocha, gerente de articulação estratégica do Sesi no Paraná.
O julgamento dos projetos será realizada em duas etapas: na primeira, avaliadores do Sistema Fiep selecionarão 70 finalistas de acordo com alguns critérios: alinhamento com ao menos um dos 17 ODS; prática mínima de um ano; regularidade fiscal; metodologia e resultados, entre outros. A segunda etapa da avaliação será realizada por uma comissão externa, que contemplará, de acordo com nota, 14 vencedores (um para cada subcategoria) e 14 menções honrosas.
As inscrições podem ser feitas até 14 de julho por meio de formulário online – no site há um manual de orientação para inscrição do projeto. Os vencedores serão conhecidos no dia 17 de outubro, durante o Congresso Sesi ODS, que acontece no campus da indústria. “Outra novidade desta edição é que todos os inscritos que atingirem nota 5 receberão o Selo Sesi ODS”, diz Maria Cristhina. “Nosso objetivo é incentivar gestões socialmente responsáveis.”
Relembre os projetos da categoria indústria vencedores do Prêmio Sesi ODS 2016
Micro e pequena: Fundição Finger com o projeto Projeto F3 – Fundição Ferro Gusa Free (ODS 8, 9,11,12, 13)
O ferro-gusa é uma das principais matérias-primas utilizadas para a produção de peças de ferro fundido. Com o objetivo de reduzir o impacto ambiental na sua fabricação, em agosto de 2011 a Fundição Tiger deu início a implantação do Projeto F3 – Fundição Ferro Gusa Free, substituindo o ferro-gusa por sucata de aço, reciclando o resíduo proveniente da indústria automotiva. Desde a implantação do projeto até agosto de 2016, quando foi inscrito no Prêmio Sesi ODS, a empresa deixou de consumir 2.700 T de ferro-gusa e, consequentemente, foram preservados diversos recursos naturais: 27 mil árvores (equivalente ao carvão vegetal preservado), 4.455 T de minério de ferro, 175 T de calcário, 3.600 m3 de água, além da não geração de resíduos e a não emissão de 3.645 T de CO2 para a atmosfera. Além disso, ao optar por utilizar a sucata de aço, a Fundição Tiger contribui para a diminuição da quantidade de material depositado em aterros e locais inadequados e gerou oportunidades de trabalho a diversas pessoas por meio de uma extensa cadeia de coleta e processamento de sucata. Com relação à qualidade do produto, foram realizadas análises de resistência à tração com o material produzido e de acordo com as análises, a resistência mecânica deste material é 15% superior. Além dos ganhos ambientais e de qualidade, a empresa também conseguiu oferecer produtos com preços mais competitivos, considerando que o custo das peças produzidas com sucata de aço é 30% menor do que da produzidas com ferro-gusa.
Média: W3 com o projeto Criança Feliz W3 (ODS 1, 2, 3 e 4)
O Projeto Criança Feliz W3 (PCF W3) foi criado em meados de 2009. É um projeto social de incentivo educacional, caracterizado pelo oferecimento de atividades esportivas, recreativas, culturais e de complemento de relações didáticas formais para crianças e jovens de 8 a 15 anos, de ambos os sexos, em seu contra turno escolar. Desde o início do projeto, diminuiu o índice de reprovação escolar dos alunos da comunidade participante, há maior assiduidade nas aulas e redução significativa nas condições de anormalidade nutricional de algumas crianças. Além disso, alunos beneficiados por bolsas de estudos conseguiram passar no vestibular da Universidade Estadual de Ponta Grossa, dos quais três retornaram à empresa para estagiar e trazer novos conhecimentos na área de segurança do trabalho. Muitos dos alunos que deixam o projeto engajam-se em cursos profissionalizantes, mantendo-se sempre em atividades benéficas em seus períodos fora da escola.
Grande: Renault com o projeto Borda Viva (ODS 1, 2, 3, 8 )
Foi iniciado em 2003 no município de São José dos Pinhais, distrito industrial da Borda do Campo, bairro que reúne famílias em situação de risco e vulnerabilidade social. Tendo constatado o baixo aproveitamento escolar das crianças, o programa, constituído e gerido pelos próprios moradores da comunidade, passou a oferecer uma refeição diária a cerca de 1.800 crianças por meio de cinco Cozinhas Comunitárias. Subsidiadas pelo poder público, as refeições eram preparadas por mães voluntárias da região. Em 2008, com o fim do apoio da prefeitura, as Cozinhas Comunitárias foram desativadas. No ano de 2010, a partir do diálogo entre dirigentes da Renault do Brasil, membros da Associação Borda Viva e lideranças da comunidade da Borda do Campo, surgiu o projeto Cozinha Escola Borda Viva. A partir de um diagnóstico da realidade social da comunidade, foram estabelecidas duas diretrizes para o projeto: segurança alimentar para as crianças e geração de renda e capacitação para as mães. Em torno desses dois focos, o projeto se consolidou, não apenas recebendo apoio financeiro do Instituto Renault, mas também passando a integrar a cadeia de valor da empresa, através do fornecimento de refeições e coffee breaks à empresa e alguns de seus fornecedores. A partir de 2011, veio somar-se o projeto Alinhavando o Futuro, no qual são desenvolvidos produtos produzidos na Casa da Costura da Associação, gerando renda para as mulheres da comunidade e ao mesmo tempo contribuindo para a sustentabilidade do projeto social da Associação Borda Viva.
Serviço:
www.sesipr.org.br
Sobre os ODS
Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram destaque da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada em setembro de 2015 em Nova York. Protagonistas na Agenda 2030 da ONU, são uma evolução dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e têm foco em cinco Ps – pessoas, planeta, prosperidade, paz e parcerias – para que a humanidade chegue a 2030 com desenvolvimento sustentável. Caso contrário, serão necessários três planetas Terra para atenderem os atuais padrões de consumo em menos de 35 anos. No Paraná, o Sesi é um dos principais agentes que trabalha em prol dos ODS e de sua divulgação.
SOBRE O SISTEMA FIEP
O Sistema Fiep é composto pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Serviço Social da Indústria (Sesi), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Instituto Euvaldo Lodi (IEL). As instituições trabalham integradas em prol do desenvolvimento industrial. Com linhas de atuação complementares, realizam a interlocução com instâncias do poder público, estimulam o fomento de negócios nacionais e internacionais, a competitividade, a inovação, a tecnologia e a adoção de práticas sustentáveis, e oferecem serviços voltados à segurança e saúde dos trabalhadores, à educação básica de crianças, jovens e adultos, à formação e aperfeiçoamento profissional, além de capacitação executiva.