Plano Estadual de Infraestrutura e Transportes é apresentado em Cascavel

O plano é um mapeamento das obras necessárias para o desenvolvimento da região oeste

A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), em parceria com outras entidades que compõem o Fórum Permanente de Desenvolvimento Futuro 10 Paraná, mapeou as obras prioritárias para trazer competitividade e desenvolvimento ao setor produtivo na região de Cascavel. Reunidas por modais, elas fazem parte do Plano Estadual de Logística em Transporte do Paraná (PELT-2035), lançado nesta quinta-feira (6), na Casa da Indústria de Cascavel.

“O PELT 2035 é uma contribuição da sociedade civil organizada e é um norte para que possamos, em um planejamento a longo prazo, priorizar as obras necessárias para a região, principalmente aquelas que trazem mais impacto à sociedade. Assim, conseguiremos identificar e buscar viabilizar recursos para que possamos trazer mais competitividade e desenvolvimento regional”, explica Edson Vasconcelos, vice-presidente da Fiep e coordenador do Conselho de Infraestrutura da entidade.

O especialista em infraestrutura da Fiep e secretário do Conselho de Infraestrutura da entidade, João Arthur Mohr, elenca três obras prioritárias para a região de Cascavel: “a implantação de uma ferrovia que ligue Cascavel ao Porto de Paranaguá; a construção de um aeroporto regional, com estrutura equivalente ao que se tem em Londrina e que possa receber aviões de maior porte; e a discussão de um novo modelo de concessão rodoviária”.

O diretor presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, participou do evento de lançamento e afirmou que sem as obras para aumentar a capacidade de escoamento, diminuir o tempo e os custos, o crescimento do agronegócio e o desenvolvimento da região podem ser comprometidos. De acordo com ele, se a produção crescer nos ritmos esperados, a infraestrutura hoje existente na região não daria conta de escoar a produção.  “Há um gargalo e não temos outra saída senão pensar em melhorar a estrutura ferroviária e o escoamento por rodovias”, pontuou.

Mapeamento

O Plano Estadual de Infraestrutura e Transportes (PELT) lista 99 importantes obras e ações para todo o Paraná até 2035. A iniciativa foi realizada em parceria com outras 19 entidades paranaenses da sociedade civil com o objetivo de mostrar os gargalos dos setores de transporte, logística e infraestrutura no estado e indicar possíveis soluções. O documento contém obras prioritárias nos modais rodoviário, hidroviário, aeroviário e ferroviário.

Das 99 obras citadas no PELT 2035, 60% estão no modal rodoviário; 15% no Porto de Paranaguá; 15% no modal aeroviário; e 10% em ferrovias.

São 61 obras no modal rodoviário, visando melhorar o escoamento das cargas, adequar a capacidade das estradas e aumentar a segurança nas rodovias. As obras contemplam diferentes áreas, como duplicação, criação de terceiras faixas e separação dos tráfegos nos trechos urbanos, entre outras.

A listagem abrange obras em rodovias federais que cortam o Paraná (9 ações), rodovias estaduais (18), trechos urbanos (15) e trechos já concessionados (19). O documento mostra que existe uma necessidade de não apenas melhorar o fluxo tradicional no estado, entre oeste e leste, mas também favorecer o fluxo norte e sul. Uma das consequências disto seria, por exemplo, uma facilitação para ampliar a atuação paranaense no mercado interno e em regiões compradoras.

Porto

Para o Porto de Paranaguá são listadas 17 obras e ações prioritárias. Entre elas estão o lançamento do edital de arrendamentos e licitações em áreas públicas no Porto de Paranaguá e a ampliação no número de berços de atracação. Dois itens no PELT 2035 já foram realizados: a assinatura da autorização para ampliação do Terminal de Contêineres de Paranaguá, a alteração do poligonal para viabilizar a instalação de novos terminais privados e a conclusão da modernização dos equipamentos que carregam grãos nos porões dos navios.

Ferrovias

No eixo ferroviário, o PELT 2035 chama atenção para oito intervenções. Um dos objetivos é facilitar o escoamento da produção – principalmente agrícola e de cargas conteinerizadas – do interior do estado para o Porto de Paranaguá e o transporte de cargas que chegam ao terminal portuário para outras regiões do estado.

Aeroportos

As obras citadas no PELT 2035 compreendem os aeroportos administrados pela Infraero (Afonso Pena, Londrina e Foz do Iguaçu) e os municipais. No caso dos terminais da Infraero, são prioridades a segunda pista no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, para aumentar o transporte de cargas e receber aviões de passageiros de grande porte; a instalação do equipamento ILS I para aproximação em condições climáticas adversas em Londrina e a ampliação do terminal em Foz. Na aviação regional, a prioridade é a ampliação dos aeroportos de Maringá e Cascavel, assim como a implantação de voos comerciais regulares para a região de Campos Gerais e para o Sudoeste do Paraná.

Outros Modais

Além das obras citadas acima, o PELT 2035 prevê intervenções em ampliação da malha de dutovias, especialmente para o transporte de gás natural; investimentos em hidrovias no Rio Paraná; e uma obra de transporte ferroviário de passageiros: o denominado “Trem Pé Vermelho”, que interligará as principais cidades do eixo Maringá-Londrina. O PELT sugere ainda a criação de um banco de projetos para que investidores internacionais tenham diversas obras para analisarem por meio de projetos de engenharia com o necessário detalhamento técnico.

O PELT tem a participação de mais de 500 pessoas que trabalharam diretamente no mapeamento. O lançamento será realizado também em Francisco Beltrão na sexta-feira (7) e será apresentado em outras cidades do Paraná, como Ponta Grossa, Londrina, Maringá e Guarapuava.

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