De 26 a 28 de outubro, a indústria brasileira se reúne para discutir políticas de incentivo à inovação, pesquisa e desenvolvimento. O Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria será realizado em São Paulo pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) por meio do Conselho Temático de Política Industrial e Desenvolvimento Tecnológico da CNI, presidido por Rodrigo da Rocha Loures, também presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).
“Esperamos que o Congresso seja um divisor de águas na indústria, incluindo o tema da inovação e criando uma rede de profissionais capacitados para implementá-la”, diz Loures. A agenda da inovação deverá propor a criação de estímulos fiscais às diversas atividades de Pesquisa e Desenvolvimento, à compra de máquinas e equipamentos e ao treinamento de pessoas orientadas para a criação e o aperfeiçoamento de produtos e processos.
A inovação é hoje o maior motor de desenvolvimento no Brasil, e só o Paraná responde por 13% da receita brasileira gerada pelo valor adicionado da venda de produtos que são fruto de processos de inovação. Mesmo assim, a taxa de inovação ainda é baixa, de 33% (ou seja, das empresas pesquisadas, 33% apresentou inovação em produtos ou em processos).
Da agrícola cidade de Campo Mourão, noroeste do Paraná, vem um exemplo de superação. Áter Cristófoli, fabricante de autoclaves odontológicos, investe há 14 anos na atração de engenheiros e pesquisadores que qualifiquem seus produtos. Hoje ele tem contratos com o exterior e gerencia um centro de pesquisa e desenvolvimento criado por ele, a Fundação Educere, que já incubou e colocou no mercado nove empresas da área de saúde. “Tudo saiu da necessidade”, ele lembra. “Se eu não inovasse com pesquisa, não teria chance de continuar a empresa”, diz este técnico que já firmou parcerias com Senai, Sebrae, CNPq e Finep. Uma empresa que nasceu pequena e hoje tem faturamento anual de R$ 15 milhões, empregando 170 pessoas entre a Cristófoli Biossegurança e a Fundação Educere.
O grande desafio para a indústria nacional é saltar o abismo que a separa das redes de infra-estrutura tecnológica, com laboratórios aptos a atender à demanda por ensaios, testes e avaliações de conformidade e processos de certificação. Outro ponto importante é equipar e promover a atualização constante de universidades e centros de pesquisas para que essas instituições dêem suporte às empresas de médio e pequeno porte.
Uma sondagem realizada pela CNI mostrou que a escassez de recursos próprios foi apontada pelas empresas como o problema mais grave quando se trata de investimento em novas tecnologias. Entre as pequenas empresas, 62% acham que esse é o principal obstáculo. A dificuldade de acesso a financiamento também foi o item mais apontado por 43% delas. Para 47% das grandes empresas, é a falta de apoio governamental. Entre os itens que se espera componham a agenda, está a regulamentação da Lei da Inovação e a entrada em vigor da “MP do Bem”, que prevê, entre outros incentivos, que o governo arque com 40 a 60% do salários de pesquisadores contratados por indústrias, dependendo da região.
Veja a programação no site www.inovacaonaindustria.com.br. Abaixo, alguns exemplos de indústrias inovadoras no Paraná.
Serviço
Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria
Realização: Conselho Temático de Política Industrial e Desenvolvimento Tecnológico da CNI
Data: de 26 a 28 de outubro
Local: Espaço Villa Noah, em São Paulo