Pesquisador da ONU traça cenário energético para 2020
Palestra promovida pela Fiep apresentou os resultados do estudo “Global Energy”, desenvolvido pelas Nações Unidas, governos e corporações mundiais
Engenheiro mecânico e pesquisador do Milleninum Project, instituição ligada à ONU, o venezuelano José Luis Cordeiro apresentou na última segunda-feira (7), em Curitiba, os resultados do estudo desenvolvido pelas Nações Unidas, governos, corporações e instituições mundiais sobre o futuro energético no mundo.
A convite do Sistema Fiep, por meio da Unindus (Universidade da Indústria) e do Senai, Cordeiro traçou o cenário mundial projetado pela Millenium Project para 2020 para uma platéia de 100 pessoas, reunida no Cietep. Segundo o pesquisador, o grande problema não está na escassez e sim na má utilização dos recursos.
Ele lembrou que além do petróleo, com data certa para acabar, existem energias alternativas e limpas, como a solar e a eólica, que são pouco exploradas. “Nós só usamos 1% de toda a energia disponível. O verdadeiro problema é não saber utilizá-la”, disse durante a palestra “Global Energy – Cenários Energéticos do Millennium Project para o ano 2020”.
Cordeiro calcula que a disponibilidade de petróleo acabe em 30 anos, tempo suficiente para que as indústrias se ajustem às novas fontes. “Em dez anos todos poderão se adaptar e só terão benefícios com a mudança”, afirmou.
Nos cenários definidos pela pesquisa, o Brasil se destaca no âmbito tecnológico pelas oportunidades de desenvolvimento de novas energias. “O Brasil é líder mundial em biocombustível e está no topo das pesquisas para o processamento de energia”, destacou o pesquisador. Na visão de Cordeiro, porém, o avanço brasileiro depende da implantação de políticas agrícolas, que incentivem a busca por novas plantas produtoras de etanol.
Durante a palestra também foram apontados os possíveis danos ecológicos relacionados à má utilização de energia, como o crescimento das manchas solares, o aumento da temperatura e a emissão descontrolada de carbono. “Só são recicladas naturalmente 4 milhões de toneladas de carbono. Em dezesseis anos serão emitidas 14 milhões de toneladas”, alertou Cordeiro.
Presente à palestra, o ex-ministro de Minas e Energia, Francisco Gomide, elogiou a preocupação das indústrias, representadas pela Fiep, com o futuro energético. “É preciso que todas as pessoas reflitam juntas, que filtrem idéias positivas para podermos pensar e desenvolver novas fontes”, disse.