Fiep quer estimular responsabilidade social nas empresas
Encontro, promovido pelo Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial, visa mobilizar a comunidade em prol da infância e adolescência
Empresários, sociedade civil e representantes de ONGs e de conselhos municipais e estadual da criança e adolescência participaram nesta sexta-feira (09) do Seminário de Responsabilidade Social em Laranjeiras do Sul (região de Guarapuava). O encontro, que termina neste sábado (10), tem como objetivo mobilizar a comunidade em prol da infância e adolescência. A iniciativa é do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial, e do Sesi, entidades do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), em parceria com a Secretaria de Estado de Relações com a Comunidade. A programação completa pode ser encontrada no site www.fiepr.org.br/fiep/cpce.
O encontro debateu a importância da responsabilidade social corporativa e o papel dos Conselhos Municipais e Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente. “A intenção é incentivar o empresário a realizar ações de responsabilidade social e mostrar como ele pode contribuir com os conselhos municipais e estadual”, afirma a coordenadora do Núcleo Executivo do CPCE, Carla Mocellin.
De acordo com a conselheira do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDCA), Ety Cristina Forte Carneiro, a principal função do Conselho é propor, deliberar e fiscalizar políticas públicas na esfera estadual para infância e adolescência, além de gerenciar os recursos destinados ao FIA (Fundo para a Infância e Adolescência), estabelecendo critérios de destinação.
“Queremos incentivar as entidades municipais para que ampliem sua base de trabalho e organizem bancos de projetos”, afirma Ety, ressaltando que o banco facilita na hora de os empresários e pessoas físicas escolherem a área de atuação do investimento e acompanharem os resultados.
“Empresários e pessoas que destinam recursos a entidades querem saber o impacto, como será a transformação da realidade e quais resultados o investimento vai gerar”, explica a assessora de projetos da OSCIP Gerar, Ingrid Machado do Nascimento. Para ela, é de extrema importância que as entidades tenham um projeto detalhado, que apresente justificativa e quais o objetivos e resultados esperados. “As empresas têm expectativas quando vão financiar projetos. Elas querem saber onde aplicar e quais serão os resultados.”
Fundo Pró-Infância – Um dos temas abordados foi o projeto Fundo Pró-Infância, desenvolvido pelo Sistema Fiep e CPCE desde 2004. O Fundo busca beneficiar projetos que apóiem crianças e adolescentes carentes em situação de risco, através dos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente.
De acordo com o delegado coordenador do Conselho Regional de Contabilidade da região Oeste, Waldomiro Kluska, o Conselho motiva seus filiados a se integrarem com a questão social e incentiva a destinação de parte do imposto de renda devido ao FIA. “O contribuinte não perde, ele faz uma boa ação. Ao invés de mandar 100% do seu imposto para Brasília, ele deixaria 6% (no caso de pessoas físicas) e 1% (no caso de empresas) para serem investidos em projetos para as crianças e adolescentes no próprio município.”
Objetivos do Milênio – Durante o seminário, foram apresentados os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), conjunto de metas socioeconômicas proposto pela ONU para ser atingido pelos países até 2015.
“Queremos que as pessoas conheçam os ODM e que os conselhos da infância e adolescência incluam o alcance dos Objetivos do Milênio em seus projetos”, comenta Maria Aparecida Zago, coordenadora do Nós Podemos Paraná, iniciativa do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial, com o apoio do Sistema Fiep, Sesi e Observatório Regional Base de Indicadores de Sustentabilidade (Orbis), programa do Instituto de Promoção do Desenvolvimento (IPD), que busca antecipar o alcance dos ODM de 2015 para 2010 no Paraná.
Gestão de projetos – Projetos sociais devem ser tratados como negócio, não como filantropia. Por isso, devem trazer resultados que possam ser medidos. De acordo com a coordenadora executiva do Observatório Regional Base de Indicadores de Sustentabilidade (Orbis), programa do Instituto de Promoção do Desenvolvimento (IPD) e apoiado pelo Sistema Fiep, é importante que haja modelos de gestão de projetos sociais. “O Seis Sigma Social é um método de gestão de projetos sociais, adaptado da estratégia social Seis Sigma pelo Orbis, para suprir a falta de instrumentos para elaboração, implementação e avaliação de projetos sociais.”
Responsabilidade social na indústria – Para a consultora em responsabilidade social do Sesi Paraná, Regiane de Cassia Ruivo Maturo, as empresas estão cada vez mais atentas aos benefícios da responsabilidade social. “Existem duas formas de indústrias praticarem responsabilidade social: interna, com o desenvolvimento de projetos para o público interno e funcionários, e externa, atuando na comunidade e realizando projetos que tragam benefícios à sociedade.”
De acordo com Regiane, o Sesi tem papel fundamental no trabalho social das micro, pequenas e médias empresas. “Através das consultorias na área de gestão social, promovemos e desenvolvimento humano e damos suporte para que as indústrias tenham ações socialmente responsáveis”, diz.