Brasil precisa de um choque na taxa de juros, diz FiepO presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, afirma que a manutenção de elevadas taxas de juros no Brasil são injustificadas. Ao comentar a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central de reduzir a taxa Selic em 0,50 ponto percentual o empresário disse que o País precisa de “um verdadeiro choque nos juros”.
“Chega de cortes modestos. A realidade macroeconômica alterou-se drasticamente e todos os indicadores mostram que não há necessidade de taxas de juros tão elevadas. Por quê não diminuir a taxa básica em 1 ponto percentual ou 0,75, no mínimo?”, destacou Rocha Loures. “Existem todas as condições para acelerar a convergência da nossa taxa para a média de juros praticada nos demais países”.
Segundo o presidente da Fiep, a inflação está reagindo bem ao aumento da oferta e as importações estão contribuindo para a estabilidade dos preços. “O controle de preços encontra-se num outro patamar. A inflação do ano passado ficou abaixo da meta e em 2007 também ficará. Os índices de preços projetados para este ano estão sendo corrigidos para baixo. Não há inflação fora de controle no horizonte. Este cenário mostra que não nos cabe mais pagar a taxa de juros mais alta do mundo. Está na hora de buscarmos uma Selic nominal de um dígito”.
Para Rocha Loures, o juro alto atrapalha o crescimento do País e exerce uma forte pressão no câmbio, afetando a competitividade da indústria nacional. “Além disso, provoca aumento da dívida pública e compromete as decisões de investimentos produtivos. Todos os sinais mostram que estamos tendo a oportunidade de passar de uma economia rentista para uma economia da produção”.
O presidente da Fiep considera que o momento é mais do que oportuno para o Brasil empreender reformas estruturais para voltar a crescer com vigor, “no mesmo nível dos seus pares emergentes”. “Estamos num momento favorável ao salto. A maré está ao nosso favor. Agora é a hora de mudar, antes que seja tarde”, disse.