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Qual a situação da educação, saúde, segurança, transporte e cultura em Bocaiuva do Sul, município com 10 mil habitantes, a 30 km de Curitiba? Quais as principais necessidades do município? Qual a quantidade de domicílios com acesso à água tratada, rede de esgoto e coleta do lixo? Qual a renda média dos moradores?
Essas são algumas das questões abordadas no projeto “A Bocaiuva que eu quero!”, desenvolvido pelo , de Bocaiuva do Sul, Observatório de Indicadores de Sustentabilidade (Orbis), de Curitiba e o Núcleo de Projetos Comunitários da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).
Estudantes de administração e engenharia ambiental da PUC, e alunos do Ensino Médio do Colégio Estadual, sob a orientação do Orbis e da PUC, estão desenvolvendo uma pesquisa socioeconômica e de infraestrutura do município para verificar qual a percepção dos moradores em relação aos serviços e economia do município.
“O trabalho do Orbis em Bocaiuva é uma aplicação piloto do projeto “Pesquisando meu Futuro”, que tem como objetivo envolver jovens alunos da Rede Pública de Ensino no processo de desenvolvimento local, através do conhecimento da realidade de sua cidade, pela prática da pesquisa. Além disso, oportuniza também a capacitação profissional na área de pesquisas de opinião e de mercado”, afirma Luciana Brenner, coordenadora executiva do Orbis, programa do Sesi Paraná, Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e Instituto de Promoção do Desenvolvimento (IPD).
Segundo Luciana, o projeto “Pesquisando meu Futuro” insere-se muito bem no Projeto “A Bocaiuva que eu quero”, fundamentado nos princípios das Comunidades de Aprendizagem, que adota a Avaliação Apreciativa para gerar a mobilização comunitária, ambos alinhados ao sentido da participação coletiva e multisetorial. Os eixos de sustentação consideram o espaço escolar como agente catalisador do processo de mobilização e manutenção da proposta; o diálogo com a comunidade local; a valorização das iniciativas da comunidade; o planejamento participativo e transparente; a atuação em rede; e a autogestão coletiva e solidária da comunidade.
“Trata-se de construir um projeto educativo próprio, para educar a própria comunidade, suas crianças, seus jovens e adultos, a partir de suas potencialidades”, diz a coordenadora do Orbis.
Segundo a prefeita do município, Luciméri de Fátima Santos Franco, as únicas informações socioeconômicas disponíveis são provenientes do Censo, realizado a cada dez anos. “Essa é uma pesquisa inédita, que permitirá conhecer a realidade social, econômica e ambiental da cidade. Os resultados serão importantes para um planejamento mais efetivo das ações e administração do município”, afirma.
“Os 26 alunos participantes do projeto demonstraram um maior interesse pela cidadania e pelo município. Isso é de extrema importância para que eles, como cidadãos, saibam da realidade da cidade e conheçam seus direitos e deveres”, comenta o diretor do Colégio Estadual Carlos Alberto Ribeiro, Célio Gonçalves de Araújo.
Para a prefeita, o envolvimento da comunidade no processo de conhecimento local estimula a cidadania. “Os alunos participantes estão contribuindo com a administração pública. Eles se sentem co-responsáveis para que as metas do projeto sejam alcançadas”, diz, ressaltando que os indicadores são apenas um apoio para se conhecer a realidade. “A mudança só acontecerá com o envolvimento da comunidade.”
A pesquisa – Durante três sábados, alunos da PUC e do Colégio Estadual visitaram mais de 200 domicílios para coletar os dados, o que corresponde a cerca de 10% do total. As informações serão sistematizadas e apresentadas à população no dia 16 de maio, durante o encontro comunitário em que irão definir seu sonho de cidade e as ações prioritárias.
A pesquisa, com 30 questões, foi dividida em cinco grandes áreas: cidade, domicílio, moradores, economia e participação. Foi avaliada a satisfação dos moradores quanto aos serviços de educação, saúde, segurança, transporte, lazer e cultura; quais os principais problemas detectados nas ruas, como esgoto a céu aberto, roubo, assalto, furto, agressão física ou venda de drogas; e o nível de redução de mata nativa e poluição dos rios.
Com relação ao domicílio, foram avaliadas as condições das moradias, o número de cômodos, dormitórios e banheiros, e a situação do tratamento de esgoto, abastecimento de água, destinação do lixo e uso de energia elétrica.
Também foram avaliadas a idade, sexo, nível de instrução, renda familiar e participação em programas do governo, como bolsa família / escola, leite das crianças e luz fraterna.