clique para ampliar Rochel, da Abinee, prevê retomada do crescimento em 2010 (Foto: Rogério Theodorovy) |
Empresários e dirigentes sindicais dos setores industriais elétrico e eletrônico, de tecnologias da informação e comunicação (TIC) e audiovisual reuniram-se nesta terça-feira (14) em Curitiba para debater estratégias de desenvolvimento de negócios e superação do momento de crise, no Fórum Setorial promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Os participantes assistiram a uma palestra proferida pelo gerente de economia da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), Luiz Cezar Rochel, que traçou um panorama do setor, e propuseram uma agenda de ações a serem tomadas pelo Sistema Fiep, pelo poder público e pelas próprias empresas e sindicatos em benefício da indústria.
“A crise foi muito intensa no âmbito mundial, mas o empresariado brasileiro está acostumado. Quem atua no mercado é muito competente”, afirmou Rochel. De acordo com o economista, apesar da queda nas exportações, há uma indicação promissora, com a tendência de crescimento do mercado interno: “O que nos aflige é a política cambial. Se a taxa de câmbio permanecer acima de R$ 2, é favorável. Se ficar abaixo, fica ruim”, disse. Rochel afirmou em sua palestra que a expectativa do setor elétrico e de eletrônicos é positiva a partir do próximo ano: “Se o crescimento do PIB se mantiver entre 3% e 4% ao ano, nossa expectativa é de crescer de 8% a 10% por ano”.
Uma das medidas em comum que os participantes do Fórum consideraram prioritárias foi o investimento em capacitação profissional, com intermediação do Sistema Fiep. Das ações que podem ser tomadas por órgãos do poder público, os empresários citaram a reforma trabalhista e a redução de carga tributária. Das próprias empresas e sindicatos empresariais, a prioridade foram medidas ligadas ao associativismo.
Empresários ligados ao setor audiovisual reforçaram a necessidade de se ampliar a abrangência geográfica dos mecanismos de fomento à produção cultural e regulamentar a legislação estadual de fomento à cultura. Já os participantes da indústria de elétricos, eletrônicos e similares, ressaltaram a importância da categoria cobrar, através dos sindicatos empresariais, a flexibilização e regulação dos contratos trabalhistas, especialmente relativos à terceirização e mão-de-obra.
“Os Fóruns Setoriais são o momento em que o empresariado vem, participa e coloca suas demandas, que são multipolarizadas. Cada área tem que ter sua ação específica”, disse o vice-presidente da Fiep Hélio Bampi. “Durante a discussão percebeu-se a carência da comunicabilidade intersetorial. Essa integração é necessária e deve ser mais intensa”, completou.
Ainda nessa semana, a Fiep realiza os Fóruns Setoriais Sucroalcooleiro, na quinta-feira (16), em Maringá, e Moveleiro, sexta (17), em Arapongas. Os Fóruns Setoriais serão realizados até agosto, contemplando um total de 17 setores da indústria paranaense.