Indústria busca redução do IPI para móveis de madeira

A questão tributária foi apontada como a principal dificuldade do setor durante o Fórum Setorial Moveleiro, organizado pela Fiep nesta sexta-feira (17), em Arapongas

clique para ampliar Na avaliação do presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, o setor passa por um momento difícil e há um desafio mercadológico (Foto: Gilson Abreu)

O setor moveleiro é um dos que possui maior capacidade de geração de emprego, segundo o IBGE, ocupando o nono lugar no ranking brasileiro de empregos gerados. Hoje são mais de 230 mil empregos formais, isso sem contar os informais, visto que a informalidade é um dos problemas do setor. As dificuldades do setor e alternativas para atravessar a crise foram apresentadas por empresários do setor moveleiro nesta sexta-feira (17), em Arapongas, durante o Fórum Setorial Moveleiro, organizado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).

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. “Grande parte dos empresários fala que a solução dos problemas passa pela união. Temos que trabalhar em conjunto e buscar representantes na bancada estadual e federal, para que as reivindicações sejam atendidas”, disse.

A redução do IPI para os eletroeletrônicos prejudicou o setor moveleiro. “O consumidor prefere comprar um eletrodoméstico, que está mais barato, do que investir na aquisição de um móvel”, comentou o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias Moveleiras de Arapongas (Sima), Silvio Luiz Pinetti. Outra sugestão é a criação de linhas de financiamento de móveis junto com o financiamento da casa própria.

“A Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias Moveleiras) tem trabalhado junto ao governo federal para alavancar o setor. Temos a proposta de redução do IPI para móveis de madeira de 5% para zero, e para paineis de madeira e estofados de 10% para zero”, disse o empresário Claudinei dos Anjos, representante da Abimóvel no encontro. A proposta de redução do IPI já foi apresentada ao vice-presidente José Alencar, ao ministro da Indústria e Comércio Miguel Jorge, ao ministro do planejamento Paulo Bernardo, ao presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, e técnicos do ministério da Fazenda.

Dados da Abimóvel apontam que, em 2008, o faturamento do setor foi de R$ 18 bilhões. A partir do terceiro trimestre de 2008, nota-se uma retração no faturamento por conta da crise financeira mundial. Na comparação entre o quarto com o primeiro trimestre de 2008, houve uma retração de 10% no faturamento das indústrias de móveis.

As principais dificuldades do setor, segundo os empresários, são a questão tributária; a concorrência com as microempresas, com a informalidade, com outros estados e com produtos asiáticos; a falta de uma marca forte; a falta de uma cultura de valorização do móvel, por parte da população, e a baixa representatividade.

Uma das alternativas, segundo Rocha Loures, é investir em produtos diferenciados. “O setor moveleiro poderia seguir o exemplo do setor do vestuário, que busca tendências europeias e as adapta à realidade paranaense. É uma questão de usar o design como diferencial”.

Representatividade – A importância da representatividade foi ressaltada por Luiz Fernando Tedeschi, vice-presidente do Sindicato da Indústria do Mobiliário e Marcenaria do Paraná (Simov). “Temos que tornar o setor organizado e aumentar a representatividade perante o Legislativo e Executivo para conseguir benefícios para o setor”, afirmou. “Vimos um esforço do setor e uma movimentação dos sindicatos nos últimos três meses, mas é preciso mais. Temos que nos unir para fortalecer o setor”, observou o coordenador da Fiep em Arapongas, Irineu Munhoz, também proprietário da Caemmum.

“É de extrema importância essa iniciativa da Fiep de aproximar os empresários da Federação. Precisamos que o setor se una e participe mais das discussões e reuniões”, afirmou o coordenador do Conselho Temático da Indústria Moveleira da Fiep, Constantino Bezeruska. Ele destacou que o Conselho está aberto à participação dos empresários.

Valorização do setor – Outro obstáculo, apontado pelos empresários, é a falta de uma marca forte, que ofereça um diferencial aos consumidores. “Temos que agregar valor ao móvel. Temos que oferecer um diferencial para podermos competir com outros estados e com os chineses”, destacou o presidente do Simov, Aurélio Sant’anna, destacando que é necessária uma mudança de cultura na população: “Hoje o móvel tem pouca força na família brasileira. Temos que tornar o móvel um desejo de consumo da população”.

Para o vice-presidente do Arranjo Produtivo Local (APL) de Móveis de Arapongas, Marcos Tudino, é necessário estimular o consumo de móveis. “Só assim vamos alavancar as vendas e reverter a situação atual, em que a oferta é maior que a demanda”, disse.

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