clique para ampliar ![]() |
A indústria do Paraná registra queda de 7,09% em suas vendas no acumulado entre janeiro e julho deste ano em comparação com o mesmo período de 2008, informa nesta sexta-feira (04) a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) em seu relatório mensal sobre o desempenho industrial paranaense. Entre junho a julho, houve uma oscilação positiva de 0,34% nas vendas, desempenho inferior aos meses de julho de 2008 e 2007, quando o índice foi de 5,63% e de 3,47% respectivamente. Considerando a série história de 1992 a 2009, o valor está abaixo da média de desempenho para um mês de julho, que é de 2,5% .
No ano, 15 dos 18 gêneros industriais pesquisados pela Fiep apresentaram diminuição nas vendas. Os únicos que apresentaram resultados positivos foram Edição e Impressão (aumento de 73,34%), Alimentos e Bebidas (3,11%) e Artigos de Borracha e Plástico (2,15%). As maiores quedas foram em Couros e Calçados (-52,98%), Metalúrgica Básica (-41,33%) e Vestuário (-27,37%). “O desempenho composto para este período de sete meses sustentou-se basicamente em razão da performance positiva do agronegócio industrial”, afirma o coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt.
O aumento no mês foi refletido no desempenho positivo de 13 dos 18 gêneros industriais pesquisados. O gênero de maior participação relativa na indústria paranaense, Alimentos e Bebidas, cresceu 1,34%, influenciando o resultado geral. Dentre os dois outros gêneros de maior participação relativa, Refino de Petróleo e Produção Álcool cresceu 0,3%. Já o gênero de Veículos Automotores registrou uma diminuição de 14,87%, após expansão de 17,67% em junho. “Neste caso, as oscilações derivam da política de desoneração tributária, com prazos incertos de vigência”, explica o economista.
Nos demais gêneros, os que apresentaram maiores aumentos no mês foram: Produtos Têxteis (40,80%), por conta do crescimento das vendas de derivados de algodão e das exportações de seda; Móveis e Indústrias Diversas (20,98%), com retomada das vendas de móveis associada ao aquecimento do setor imobiliário; e Couros e Calçados (15,63%), que vê uma recuperação gradativa das encomendas para o Dia dos Pais. Os outros gêneros que registraram as maiores quedas foram os de Metalúrgica Básica (-5,07%), pelo fim de encomendas, e de Madeira (-1,26%), devido a parada para manutenção.
As compras de insumos diminuíram 19,15% nos sete primeiros meses do ano, mas cresceram 11,69% em julho na comparação com o mês anterior. “As importações subiram 27,53%, evidenciando a preparação para os meses gordos da indústria”, diz Schmitt.
Emprego e salário – Onze dos 18 gêneros industriais pesquisados registraram queda no nível de emprego no mês, provocando uma oscilação negativa de 0,1%. O emprego diretamente ligado à produção caiu 0,22%. Já a massa salarial líquida apresentou aumento de 1,24% em julho. As horas trabalhadas cresceram 3,44% e a utilização da capacidade instalada subiu 3 pontos percentuais, situando-se em 80%, a mais elevada desde outubro de 2008, evidenciando o início do período de atividade industrial mais aquecida.
Na avaliação de Maurílio Schmitt, “estes sinais de aumento de atividade industrial, inclusive os que se projetam para os próximos meses, devem ser vistos apenas como o efeito sazonal normal desta época do ano, e não como uma recuperação firme e segura da atividade industrial em si”. De acordo com o economista, a indústria está operando nos níveis de 2007 e as empresas não dispõem de condições claras para prever o nível de demanda do segundo semestre, especialmente no mercado externo.