clique para ampliar Participaram do curso alunos de três instituições de Curitiba (Foto: Rogério Theodorovy) |
Um grupo de treze alunos e professores de instituições de atenção e capacitação de pessoas com deficiência intelectual participaram nesta sexta-feira (30), em Curitiba, de um curso de Iniciação à Confeitaria Francesa. Além de uma oportunidade única de inclusão para os jovens, o evento foi também uma novidade para o perito francês em panificação e confeitaria Dominique Ecale, que pela primeira vez ministrou um curso para esse público específico. As aulas aconteceram nos laboratórios de panificação do Senai CIC.
“Para nossos alunos esse curso é muito importante, porque eles têm acesso a novas técnicas de confeitaria e ampliam sua capacitação para o mercado de trabalho”, afirmou João Carlos, instrutor de panificação do Centro de Habilitação Profissional Mercedes Stresser, uma das três instituições que levaram jovens com deficiência intelectual para o curso. “Esses jovens têm algumas limitações, mas compensam com muita dedicação e força de vontade”, acrescenta.
Dedicação que não falta ao aluno Felipe Lopes Grandal Dominguez, 18 anos, que participa das aulas na oficina de panificação do Mercedes Stresser e aproveitou o curso com Dominique Ecale para aprender novas receitas. “É uma chance de a gente aprender coisas novas. Quando chegarmos ao mercado de trabalho, tudo vai ficar mais fácil”, declarou.
Além de alunos do Mercedes Stresser, participaram do curso jovens da Escola de Educação Especial Nilza Tartuce e do Instituto Pequeno Cotolengo. Eles receberam noções sobre características e aplicações de matérias primas para confeitaria, além do uso de equipamentos e utensílios. Por fim, aprenderam como preparar algumas receitas francesas de biscoitos e tortas.
Experiência
clique para ampliar Ecale observa alunos durante o curso: saindo da rotina (Foto: Rogério Theodorovy) |
Além de uma grande oportunidade para os jovens, o curso também foi inédito para Ecale, acostumado a oferecer treinamento para profissionais da área. “Foi a primeira vez que trabalhei com pessoas com deficiência, o que exige mais atenção e um cuidado maior para que eles possam assimilar as receitas. Mas isso sempre costuma acontecer quando os cursos são voltados para não profissionais em geral”, explica o perito francês, que veio ao Paraná pela quinta vez, trazido em parceria entre o Senai, o Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Paraná (Sipcep) e os Moinhos Anaconda.
Nas duas últimas semanas, Ecale ministrou uma série de cursos e palestras para profissionais de panificadoras e confeitarias. O curso para PCDs, sua última atividade antes de retornar à França, foi considerada bastante positiva. “É sempre muito interessante trabalhar com essas pessoas e sair um pouco da rotina”, declarou.
O curso desta sexta serviu também como uma experiência para o Senai Paraná. “É mais um projeto que nos dá subsídios para capacitar nossos professores sobre como desenvolver as capacidades das pessoas com deficiência para que elas se sintam úteis e façam parte do processo produtivo”, afirmou o gerente de Qualificação e Aperfeiçoamento Profissional da instituição, José Ayrton Vidal Júnior, que é também o gestor estadual do Programa Senai de Ações Inclusivas (PSAI). Pelo PSAI, pessoas com necessidades educativas especiais são incluídas em cursos regulares do Senai.