Mudança de atitude e união transformam Lahr, na Alemanha

Quartel general de tropas francesas durante a Segunda Guerra, a cidade hoje atrai empresas e investimentos. Experiência é apresentada na CICI2010

clique para ampliar  (Foto: Jader Rocha)

De cidade dependente e militar para um, com ótimas perspectivas de futuro, foi a transformação experimentada pela cidade alemã de Lahr a partir de 1989 e, especialmente, nos últimos dez anos. A exposição do prefeito Wolfgang Müller, num português perfeito que encantou a platéia da CICI2010, mostrou que nem ações mirabolantes ou grandes investimentos são necessários para mudar a vida de uma comunidade: a inovação de Lahr se baseou na mudança de atitude. E na máxima a união faz a força.

Quartel General das tropas francesas logo depois da Segunda Guerra e Quartel General das tropas canadenses na OTAN até recentemente, Lahr vivia uma cômoda estagnação e dependência absoluta do consumo dos canadenses. Mas mudanças políticas, a queda do Muro de Berlim e a dissolução da União Soviética a forçaram a enfrentar seu destino e literalmente forjar seu futuro.

De imediato, Lahr perdeu 10 mil de seus 44 mil habitantes, perdeu 250 milhões de euros representados pelo poder aquisitivo das tropas do Canadá e “ganhou” dois mil apartamentos vazios, que ficaram à mercê da deterioração e do vandalismo. A primeira decisão a ser tomada tinha de ser com relação ao aeroporto, antes altamente operativo e então praticamente abandonado. A opção pela privatização facilitou a transformação da cidade num importante centro logístico – está situada no coração da Europa.

O clube militar foi vendido para uma universidade particular e o hospital antes exclusivo dos canadenses foi transformado em clínica especializada em cirurgia cardíaca, e já é referência na região. A cidade recebeu outros 10 mil habitantes principalmente da Rússia e do Cazaquistão e as ações desenvolvidas para sua integração receberam vários prêmios.

O mais importante, porém, foi a integração de Lahr num consórcio de 12 municípios na Região Metropolitana do Alto Reno, região com 5,85 milhões de habitantes, a 100 quilômetros da França e da Suíça. A municipalidade comprou os 2 mil apartamentos e os revendeu, mudou a aparência da área antes ocupada pelo canadenses e divide com os demais municípios do consórcio a administração da área abandonada pelos militares. A cidade já atraiu cerca de 200 empresas e investimentos da ordem de 70 milhões de euros

 

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