Os consumidores estão cada vez mais exigentes na hora de comprar um móvel. Design diferenciado, produtos exclusivos e sustentáveis fazem a diferença na hora de definir os móveis que farão parte da cozinha, do quarto ou da nova sala. Conceitos como esses, que já vem sendo aplicados por muitas indústrias de móveis brasileiras, são fundamentais também para o sucesso do trabalho dos marceneiros, profissionais capazes de agregar valor à madeira e “customizar” o móvel de acordo com a vontade do consumidor.
A afirmação é do professor José Nunes Filho, que apresentará o workshop “Marceneiro! E agora? – Por uma gestão da marcenaria”, durante o 1º Congresso e 4º Seminário Moveleiro Paranaense. O evento acontece entre 14 e 16 de abril, em Curitiba e Arapongas. Os interessados podem se inscrever e conferir a programação completa no site www.congressomoveleiro.org.br.
Coordenador do Centro de Pesquisa em Design da Madeira e do Laboratório de Ergonomia da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), Nunes Filho explica que a indústria moveleira nacional vem passando por um período de qualificação com o objetivo de enfrentar a globalização. A abertura do mercado colocou ao alcance do consumidor produtos mais bonitos, mais funcionais, com design apurado e, portanto, mais competitivos. As grandes indústrias nacionais de móveis foram as primeiras a sentir o peso da concorrência estrangeira e buscaram novidades em matérias-primas, componentes e acessórios que valorizam o móvel, ferragens inteligentes e tudo o que possa agregar valor ao produto final.
“Agora é a vez de a marcenaria buscar novidades que possam melhorar produtos e serviços e tornar os móveis mais atrativos para o consumidor”, diz o professor, destacando que mesmo pequenas marcenarias podem agregar valor ao produto, valorizando destaques e itens que identifiquem a cultura regional.
Na opinião de José Nunes Filho, a marcenaria não compete com a indústria moveleira. “Elas têm perfis e públicos diferentes. O consumidor que busca uma relação mais próxima entre o objeto e a pessoa busca um marceneiro, ao contrário do consumidor de móveis produzidos em série pela maioria das indústrias”, explicou, ressaltando que este é um nicho de mercado que deve ser aproveitado.
O Congresso
Promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), por meio do Conselho Setorial da Indústria Moveleira, o 1º Congresso Moveleiro Paranaense tem o apoio do Sindicato da Indústria do Mobiliário e Marcenaria do Paraná (Simov), do Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas (Sima) e do Sindicato das Indústrias da Marcenaria de Francisco Beltrão (Sindimadmov).
O evento, que tem como tema “Inovação e Sustentabilidade na Indústria Moveleira”, será aberto no dia 14 de abril, no Cietep, em Curitiba, com uma programação de palestras e workshops que se repetirá no dia seguinte, no Expoara, em Arapongas, dentro da FIQ – Feira Internacional da Qualidade em Máquinas, Matérias-primas e Acessórios para a Indústria Moveleira. No dia 16, também em Arapongas, acontece o evento científico, com apresentação de trabalhos desenvolvidos por estudantes e pesquisadores.
Na programação, um dos destaques é o designer Marcelo Rosenbaum, que fará a palestra de encerramento do evento nas duas cidades. Há mais de 20 anos à frente do escritório Rosenbaum®, de São Paulo, ele trabalha com ênfase nas áreas de design de interiores e de produtos, tendo como inspiração principal os valores da brasilidade. Este ano, Rosenbaum completa a quarta temporada como criativo do quadro Lar Doce Lar no programa Caldeirão do Huck, da Rede Globo de Televisão.
Quem também ministrará palestra nas duas cidades será o italiano Francesco Balducci, do Centro Tecnológico para a Qualidade da Madeira e do Mobiliário (Cosmob), de Montelabbate, na Itália. Balducci falará sobre a “Gestão do design e a evolução do planejamento na empresa moveleira”. Outro destaque será a apresentação do designer Lincoln Seragini, sócio-presidente da agência Seragini Farné Guardado, de São Paulo, considerado um dos maiores especialistas do país em branding (gestão de marcas).