O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, defendeu nesta segunda-feira (24), durante a abertura da 7ª Convenção Nacional da Micro e Pequena Empresa, em Curitiba, a criação de um ministério da Pequena Empresa: “Precisamos de um ministério da Pequena Empersa. Da mesma forma que os trabalhadores pleiteiam que o ministro do Trabalho seja ligado aos movimentos sindicais, e isto é justo, por que não temos força para ter um empresário como ministro aconselhando o presidente da República?”, questionou.
O presidente da Fiep reforçou a necessidade das micro e pequenas empresas (MPE) se organizarem politicamente “para terem sua voz ouvida e respeitada na representação política”, ressaltando a importância do associativismo: “Vamos criar um movimento junto às pequenas e médias empresas para que se filiem a sindicatos empresariais e participem de associações comerciais, que são fóruns distintos mais igualmente importantes. Para termos o exercício da cidadania plena, é preciso fortalecer a representatividade”, afirmou.
Rocha Loures ressaltou, ainda, a importância da ampliação do crédito para a inovação nas MPEs, dizendo que o tratamento do crédito para o pequeno e micro empresário deveria ser o mesmo dado ao crédito rural. “Os gerentes dos bancos deveriam funcionar pensando no desenvolvimento de sua localidade. O progresso do Paraná aconteceu graças ao esforço dos pequenos empreendedores. O crédito é urgente e necessário. Seu acesso deveria ser fácil, com o custo compatível com a natureza dos nossos negócios”, afirmou à plateia que compareceu ao auditório do Sebrae-PR.
Inovação massiva – O presidente da Fiep voltou a reforçar a tese de que a inovação deve acontecer de forma massiva, afirmando que o Brasil precisa de um plano de inovação que alcance pelo menos 250 mil empresas de todos os campos – indústria, comércio e serviços: “Temos que defender que a Lei do Bem seja modificada para que qualquer imposto federal compense o risco do investimento na inovação. O grande beneficiário da inovação é a sociedade. Inovação é transformar ideias em valor, em produtos e serviços que encontrem mecado, mas a pesquisa que se faz hoje no Brasil é dissociada do uso concreto. Os pesquisadores deveriam ser interessados em pesquisar o que é relevante para os nossos empreendedores”.
Rodrigo da Rocha Loures também instigou os empresários participantes do evento a se tornarem parceiros do poder municipal. “As autoridades locais devem ser parceiras dos pequenos empresários. Prefeitos têm força para ‘emparedar’ os bancos a criar uma carteira especial para as MPEs. Muitas vezes os bancos não são conscientes do potencial do mercado por falta de participação dos empresários no processo político”, afirmou. “Estas são formas de inovarmos e nos unirmos para criarmos um ambiente propício ao empreendedorismo. Esta é uma agenda que vai permitir ao Brasil crescer melhor e mais depressa por conta da mobilização e ativismo do pequeno empresário”, finalizou o presidente da Fiep.