A elevação da taxa básica de juros para 10,25% ao ano mostra que na visão míope do Banco Central, o Brasil não está preparado para crescer. A opinião é do presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures. “O Banco Central parece um médico de uma só receita, incapaz de administrar com outras políticas as dores do crescimento”, comparou, ao tomar conhecimento da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta quarta-feira (9).
Rocha Loures diz que se o câmbio se desvaloriza e assim pressiona os custos industriais, se o consumo aumenta com o crescimento da renda ou se o investimento acelera a demanda agregada, sobem-se os juros. Sempre o mesmo remédio. “O que o Banco Central não vê é que sua miopia não ajuda a melhorar a política fiscal ou a fazer com que as empresas invistam e sejam mais competitivas, aumentando a produtividade e reduzindo preços”, afirma o presidente da Fiep. Segundo ele, “o futuro irá cobrar caro por essa miopia, sem que o restante da política econômica melhore”.