clique para ampliar Diana Jungamnn apresentou o programa e o material didático para auxiliar empresários, jornalistas e docentes (Foto: Rogério Theodorovy) |
Contribuir para a construção, no País, de uma cultura de proteção e de negócios com bens da propriedade intelectual e difundir informações relacionadas a esta área. Estes são os objetivos do Programa “Propriedade Intelectual para a Inovação na Indústria” lançado terça-feira (8), em Curitiba, pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em parceria com o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). O evento aconteceu no Cietep, em Curitiba, com apoio do Centro Internacional de Inovação (C2i).
Para o lançamento, o Sistema Fiep reuniu cerca de 70 empresários paranaenses e promoveu um talk show com a presença da gerente de inovação do IEL Nacional, Diana Jungamnn, que apresentou o programa e o material didático desenvolvido para auxiliar empresários, jornalistas e docentes quanto a importância do conhecimento sobre o tema propriedade intelectual para inovação.
O debate contou com a presença do diretor de articulação e informação tecnológica do INPI, Sergio Paulino de Carvalho; do empresário fundador da Hidro Metalúrgica ZM e também vice-presidente da Fiep, Carlos Walter Martins; do diretor da Fundação da Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (PROTEC), Roberto Nicolsky; e do superintendente da Madeplast, Guilherme Bampi. O talk show ainda contou com a mediação do gerente de jornalismo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), James Allen.
“O tema da propriedade intelectual deve fazer parte da agenda dos empresários, pois tem enorme relevância, principalmente pela desproporção entre sua importância estratégica e o alto nível de desconhecimento do assunto, que faz parte do nosso dia-a-dia”, afirmou Diana Jungamann. “A intenção é sair do discurso e partir para a prática, por meio de ações integradas, conciliação de oportunidades e mobilização dos empresários”, ressaltou ela.
clique para ampliar O superintendente do IEL-PR e o diretor do Senai-PR ressaltaram a importância da inovação para a competitividade das indústrias (Foto: Rogério Theodorovy) |
“A propriedade intelectual é relevante para o mundo nos negócios, pois proporciona desenvolvimento e inovação, não apenas para as indústrias, mas para a sociedade”, afirma Rodrigo Weber, superintendente do IEL Paraná. Para João Barreto Lopes, diretor do Senai Paraná, o Programa é uma forma de colaborar com a geração e o aumento de competitividade das indústrias, por meio inovação, que é um tema estratégico e fundamental.
O Programa disponibiliza diversas ferramentas para empresários, professores, jornalista e sociedade em geral sobre o assunto. Além disso, oferta dois cursos de Propriedade Intelectual (gratuitos) e o Manual de Gestão da Propriedade Intelectual para o Sistema Indústria. Reportagens, números, o marco regulatório do tema também são disponibilizados no blog do Programa (www.propintelectual.com.br).
Mais de 400 técnicos do Sistema Indústria já foram capacitados sobre o tema. Foram também instaladas estações dedicadas para prestação de serviços de informação tecnológica – com foco no acesso a bancos de patentes em Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) de 20 Senai-DRs.
O Programa já foi lançado no Rio de Janeiro, São Paulo, Manaus e Goiânia. A capital paranaense foi escolhida para sediar o lançamento na região Sul do país, devido a importância que dá ao assunto. O Paraná foi o estado da região Sul que teve o maior aumento de pedidos de patente junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) em 2009 – 7% de crescimento em relação ao ano anterior, contra 5% de Santa Catarina e 2% do Rio Grande do Sul.
Academia e empresas – A relação entre empresa e academia no que se refere a inovação e questões da regulamentação da patente foram temas do talk show que marcou o lançamento do programa. O empresário Carlos Walter disse durante o talk show, que ainda há um esforço grande para unir a indústria com a academia. “A relação empresa-universidade é de busca constante. Temos pouco ou nenhum acesso aos capitais intelectuais que são construídos dentro das academias”, ressaltou ele.
Para o diretor da PROTEC, Roberto Nicolsky, o que atrapalha o Brasil e inviabiliza a inovação é a insistência em fazer a união entre a universidade e a indústria. “Menos de 1% das patentes de países desenvolvidos são descobertas acadêmicas. Destas, menos de 10% são aplicadas na prática”, disse ele. Na opinião do empresário Guilherme Bampi, que vive na prática a experiência de registrar a propriedade intelectual de suas pesquisas tecnologicas inovadoras adotadas pela Madeplast, existe muita burocracia e custos elevados nos processo de patentes. “Eu gostaria de registrar dezenas de patentes, mas, devido ao custo, preciso optar por duas ou três e deixar outras desprotegidas”, disse.
O diretor do INPI, Sergio Paulino, explicou que a complexidade dos processos é necessária e segue um modelo global. “Não há como simplificar. O que estamos fazendo para contribuir são essas parcerias com o Sistema Indústria para orientar os empresários como fazer”, explica.
clique para ampliar Sessão de autógrafo dos autrores do livro Propriedade Intelectual na Indústria, que faz parte da Coleção Inova, do Senai Paraná (Foto: Rogério Theodorovy) |
Coleção Inova – Antes do lançamento do Programa, foi lançado o livro “Propriedade Intelectual na Indústria”, que faz parte da Coleção Inova do Senai Paraná – que disponibiliza conteúdos e práticas relativas à criatividade, empreendedorismo, inovação e Propriedade Intelectual, voltados ao meio educacional da formação profissional e a meio empresarial. A publicação reúne artigos de 11 especialistas no tema e é o quarto volume da coleção. Todas as edições estão disponíveis para download no site www.fiepr.org.br/colecaoinova.