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Mais de 60 empresários e representantes de instituições ligadas à indústria têxtil e do vestuário paranaense estiveram reunidos no Hotel Rochelle, em Curitiba, para discutir os caminhos que devem ser percorridos para que superem desafios e garantam competitividade nos próximos anos. O encontro de planejamento estratégico do setor foi realizado nesta sexta e sábado (13 e 14). O evento foi promovido pelo Conselho Setorial da Indústria do Vestuário da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), com apoio do Sebrae Paraná e da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, que participou da abertura da reunião, ressaltou a importância da união do setor na busca por soluções conjuntas que possibilitem seu crescimento no Estado. “Essa capacidade de articulação desenvolvida pela indústria do vestuário paranaense é uma peculiaridade muito importante para o setor. Tenho certeza que todos sairão daqui mais fortalecidos”, afirmou. Rocha Loures disse ainda que o setor deve investir cada vez mais no seu potencial criativo para superar os desafios. “O setor do vestuário é sempre muito criativo porque precisar estar se renovando pelo menos duas vezes por ano e possui um potencial enorme para a inovação que deve ser aproveitado.”
Atualmente, o setor têxtil e do vestuário paranaense tem mais de 5,5 mil indústrias em atividade, que geram cerca de 95 mil postos de trabalho. O segmento é o segundo maior empregador industrial do Estado, sendo responsável por cerca de 15% das vagas. Apesar disso, a forte concorrência de produtos importados e de outros estados obriga a indústria de confecção do Estado a buscar novas estratégias para aumentar sua competitividade, afirma o coordenador do Conselho Setorial da Fiep, Marcos Koslovski. “Neste encontro, vamos formar uma grande massa crítica para elaborar propostas para ver onde nosso setor pode chegar”, afirmou. Segundo ele, as propostas resultantes do encontro deste fim de semana serão entregues também aos principais candidatos ao governo do Estado, para que possam guiar as políticas públicas voltadas para o setor.
Tecnologia e inovação
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A primeira parte do planejamento estratégico, na manhã desta sexta, foi marcada por análises sobre o panorama atual da indústria do vestuário paranaense e brasileira. Para Caetano Ulharuzo, gerente de projetos responsável pelos estudos da área têxtil e de confecção realizados pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o Brasil precisa agregar valor a sua produção para que possa sobreviver à pesada concorrência internacional. “A indústria de confecção brasileira é espremida por baixo pela produção em larga escala baseada em políticas de baixos salários dos países asiáticos, e é espremida por cima pela produção de países desenvolvidos, que investem em inovação, tecnologia e moda”, disse Ulharuzo.
Ele acrescenta que, segundo prospecções feitas pela ABDI em parceria com empresários e instituições ligadas à indústria do vestuário, o Brasil deve investir cada vez mais em tecnologia e em produtos inovadores para sair dessa posição intermediária. “As principais tendências para o futuro são o uso de conhecimentos científicos em novos materiais, incluindo tecidos que prezem pela sustentabilidade, uma área que o Brasil pode explorar muito bem”, declarou.
Além de Caetano Ulharuzo, quem também apresentou um panorama do setor foi o economista chefe da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT), Haroldo Silva. Os dados apresentados por eles servirão de base para as discussões que se estendem até amanhã e que vão definir as ações práticas que o setor deve adotar no Paraná para aumentar sua competitividade.
Entre os participantes do planejamento estratégico estão industriais e representantes dos 11 sindicatos empresariais que compõem o Conselho Setorial da Fiep, além de integrantes das governanças dos sete arranjos produtivos locais de vestuário implantados no Estado. Participam também técnicos do Senai e do Sebrae Paraná, fornecedores de matérias-primas, professores de escolas de estilismo e moda, estilistas e entidades representativas do setor.