Cases de empresas e desfile de moda encerram Reatiba

Copel, Sadia, Wall Mart, Volvo do Brasil e HSBC falaram sobre suas ações durante o I Fórum de Reabilitação, Inclusão e Tecnologia, realizado pelo Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial

 

 

clique para ampliar clique para ampliarUm desfile de roupas desenvolvidas para PcD encerrou o evento (Foto: Rogério Theodorovy)

Outro destaque foi o desfile de roupas especiais para pessoas com deficiência, desenvolvidas pela professora e estilista do Senai Cianorte, Lenny Pereira, que encerrou o Reatiba. Os modelos foram pessoas com deficiência, que desfilaram trajes de passeio e de festa, roupas esportivas, encerrando com um vestido de noiva. A característica das peças é a facilidade de vestir e despir, que amplia a autonomia para as pessoas.    

 

Sensibilizar e capacitar – Apesar da Lei 8.213/91, que prevê cotas obrigatórias para as empresas, uma das grandes dificuldades levantadas no evento ainda é sensibilizar as lideranças para a questão da inclusão. “Tudo começa por aí. É preciso transpor essa resistência ao desconhecido”, observou Rubens Cieslak, analista de Recursos Humanos da Volvo do Brasil.

Ele citou como exemplo, o caso dos deficientes visuais contratados por sua empresa para o trabalho de verificação tátil das portas dos veículos fabricados pela montadora, uma das etapas do controle de qualidade. Na Suécia, onde está a sede da multinacional, esse trabalho é feito por pessoas que enxergam, treinadas durante dois anos. A função é verificar amassado, desnível ou defeito na porta, antes de entrar na cabine de pintura. “No Brasil, contratamos pessoas com deficiência visual para isso. O resultado foi ótimo, além de o treinamento durar apenas três meses”, contou Cieslak.

A engenheira de Segurança da Sadia, Lilian Silva, falou acerca da parceria da empresa com o Sesi Paraná, por meio do Programa de Inclusão da Pessoa com Deficiência na Indústria. Dentro da empresa, o programa se denomina Sadia para Todos. “Queríamos um programa sustentável, que promovesse uma grande mudança interna, trabalhando as lideranças para mostrar que as pessoas com deficiência podem ser tão eficientes quanto as outras”, destacou Lilian. 

Ela explicou que o programa é bem abrangente e oferece um diagnóstico funcional para determinar que tipo de inclusão será feita, realiza workshops com as lideranças,  capacitação das equipes de RH, e palestras para conscientização dos colaboradores. “Algumas vezes, a dificuldade está em convencer a família dessa pessoa com deficiência a apoiar a iniciativa, já que ela terá que abrir mão do benefício do INSS a partir do momento em que conseguir um emprego”, disse Lilian.

A rede de supermercados Wall Mart possui já há 12 anos um programa de inclusão profissional e parcerias com escolas especiais. “Temos excelentes resultados”, contou a assistente social Sirlene Demizuk, assistente social do Wall Mart. “Por exemplo, temos uma pessoa com deficiência intelectual que é hoje um padeiro formado, bem-sucedido, que trabalha dentro da empresa”, contou ela.

O engenheiro Sérgio Cequinel Filho, representante da Copel, enfatizou a importância da educação para que a pessoa com deficiência possa atender às exigências do mercado de trabalho. “Muitas vezes, as vagas existem, mas o problema é que os candidatos nem sempre conseguem alcançar o desempenho suficiente para passar no concurso”, disse ele.

O especialista de Recursos Humanos do HSBC, Luiz Moura, enfatizou o papel do Comitê de Pessoas com Deficiência da empresa. O comitê participa na validação de produtos da empresa para clientes e colaboradores – como o caixa eletrônico universal, que serve para cadeirantes, deficientes visuais ou pessoas com nanismo; cartão de débito em alto relevo; contratos e extratos de conta corrente em braile; sinalização em agências e outras ações.

 

Os programas e as ações de inclusão de pessoas com deficiência adotados por empresas como a Copel, Sadia, Wall Mart, Volvo do Brasil e HSBC foram apresentados durante o REATIBA – I Fórum de Reabilitação, Inclusão e Tecnologia, realizado quarta-feira (17), no Cietep, em Curitiba. A apresentação dos cases foi um dos pontos alto do evento, promovido pelo Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE), da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP).

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