Paraná registra terceiro déficit comercial seguido

Em novembro, saldo do Estado ficou negativo em US$ 207 milhões. No ano, resultado é o pior desde 2001

clique para ampliar clique para ampliarPorto de Paranaguá: pauta de exportações ainda concentrada em produtos básicos (Foto: Gílson Abreu)

O Paraná registrou em novembro o terceiro mês seguido de déficit em sua balança comercial. O saldo ficou negativo em US$ 207 milhões. No ano, o Estado registra um superávit de US$ 346 milhões, o menor para os 11 primeiros meses desde 2001, segundo um levantamento feito pelo Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Este é um dos reflexos da combinação de câmbio valorizado, que reduz a competitividade dos produtos nacionais, e mercado interno aquecido, que faz aumentar a demanda por produtos importados.

Em novembro, as exportações somaram US$ 1,174 bilhão, valor 4% abaixo do visto em outubro e influenciado pela sazonalidade nas exportações de grãos, normalmente menores no fim de ano. As importações tiveram uma queda de 3,8%, para US$ 1,381 bilhão, a primeira retração desde janeiro deste ano, o que pode indicar que o crescimento das compras no exterior esteja perdendo fôlego. Nos primeiros 11 meses do ano, as exportações somaram US$ 13 bilhões, valor 25% superior ao registrado em 2009, enquanto as importações cresceram 45% e chegaram a US$ 12,7 bilhões.

“A redução do saldo comercial começou em 2005, com a valorização do real e a tendência de queda continua. Se ela continuar, devemos ter o menor superávit comercial desde 2001, quando o saldo foi de US$ 388 milhões”, afirma Maurílio Schmitt, coordenador do Departamento Econômico da Fiep. Um levantamento feito pelo economista mostra que o grupo de produtos com o maior superávit (levando-se em conta exportações e importações de um mesmo segmento) é o complexo soja – são US$ 3,4 bilhões até novembro -, seguido por carnes, açúcar e madeira. O grupo de petróleo e derivados tem o maior déficit – US$ 1,6 bilhão -, seguido por produtos químicos, mecânica e materiais elétricos e eletrônicos.

Isso significa que os bons resultados do agronegócio evitam que a deterioração do resultado comercial do Estado seja ainda mais forte. “Fora petróleo, todos os grupos com déficit são de produtos industrializados. Assim o superávit comercial depende das commodities agrícolas, que têm preços formados no mercado internacional e que apresentam grandes oscilações”, analisa Schmitt.

A concentração de produtos básicos na pauta de exportações do Paraná é outro fator que chama a atenção. O complexo soja responde por 28% de tudo o que é embarcado pelo Estado. O segmento é seguido pelo grupo de materiais de transporte – que reponde por 15% das exportações após a recuperação da crise -, carne (13,4%), açúcar (7,5%), madeira (4,5%) e mecânica (4,4%). Com a crescente demanda da China por grãos, o país asiático se tornou o maior parceiro comercial do Paraná, respondendo por 16,2% do fluxo comercial (que é a somatória de exportações e importações) do Estado. A Argentina vem em segundo lugar, com 11,7%, seguida pela Alemanha, com 7%,

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