Fiep propõe criação de centro de referência internacional na área de energia

Proposta foi levada a comitiva dos EUA durante reunião da CNI que contou com a presença do presidente Barack Obama

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná, Rodrigo da Rocha Loures, participou, no último sábado (19), da Cúpula Empresarial Brasil-Estados Unidos, evento organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que contou com a participação do presidente norte-americano, Barack Obama.
Como representante do setor industrial do Paraná, Rocha Loures levou à comitiva norte-americana uma proposta para construção no Estado de um centro de referência global na área de energia. O objetivo é aproveitar a expertise já existente nessa área para atrair investimentos estrangeiros e oportunizar troca de informações e tecnologias com foco na sustentabilidade.
Para tornar esta idéia uma realidade, a Fiep iniciou um trabalho para alinhar a agenda dos atores paranaenses do setor de energia. Na última quinta-feira (17) foi realizada uma reunião com representantes da Fiep, Copel, Lactec, Compagás, Associação dos Produtores Independentes de Energia (APINE), Associação Paranaense dos Geradores de Energia (APGE), Centro Internacional de Inovação (C2i), do Sistema Fiep, além da empresa DM Construtora. O objetivo deste encontro foi justamente preparar o documento que foi levado ao evento com o presidente Obama.
“Os americanos vão fazer uma série de investimentos no Brasil e a Fiep está trabalhando para trazer boa parte destes investimentos para o Paraná”, informou Rocha Loures.
O foco das discussões apresentadas está na solução de um dilema central para o Brasil: Como produzir energia limpa capaz de suprir as demandas de um país em pleno desenvolvimento? A resposta para esta questão vem sendo trabalhada em diversas instâncias de pesquisa no Paraná, como a Plataforma Plenus, parceria entre a Universidade Federal do Paraná (UFPR) com o Sistema Fiep que busca colocar à disposição da indústria inovações tecnológicas para a produção de energia sustentável.

Outras entidades como Copel, Lactec, Itaipu e Furnas, também vêm investindo em pesquisas nesta área e contribuindo para inserir o Paraná na vanguarda tecnológica deste setor. O horizonte de sustentabilidade buscado nestas iniciativas passa invariavelmente pela diversificação de nossa matriz energética, com destaque para o uso de fontes renováveis de energia, como a eólica, a solar e a biomassa, esta última um grande trunfo do Estado, que além de ser um centro de referência em bioprocesso, tem à disposição uma gama variada de fontes orgânicas de energia (soja, capim-elefante, pinhão-manso, etc.).

Energia inteligente – Segundo o diretor-executivo do C2i, Filipe Cassapo, a proposta central de diversas das pesquisas desenvolvidas é a busca pelo uso racional da energia. “Não se trata de usar menos energia, mas sim usar esta energia de maneira mais inteligente e sustentável. Nesse sentido, a informação tem papel fundamental.”, afirma ele, citando como exemplo a tecnologia de Smart Grid, que consiste no uso da mesma base física do fornecimento de energia elétrica para a transmissão de informações. Em algumas iniciativas, a mesma rede é usada para transmissão de sinal de internet e TV a cabo, mas pode servir, principalmente, para otimizar o uso da energia em grandes indústrias, possibilitando ao gestor controlar seu uso em tempo real.

Automóvel do futuro – Outra perspectiva que desperta o interesse da indústria paranaense na área da energia refere-se ao carro híbrido, que alia ao motor de combustão um motor elétrico. Na opinião do coordenador do departamento de energia da Fiep, Frederico Reichmann Neto, o carro flex (bicombustível) está próximo do fim do seu ciclo de vida e a vinda da comitiva norte-americana seria uma grande oportunidade de construir relações comerciais para a introdução dos automóveis híbridos na frota brasileira. Neste sentido, o Paraná, que hoje é o segundo maior pólo automobilístico do país, seria o lugar ideal para iniciar este processo. “Teremos que ‘tropicalizar’ esta tecnologia, para adaptá-la à realidade brasileira.”, diz.

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