A redução da carga de impostos que incide sobre os seguros reduziria os custos e ajudaria a popularizar esse tipo de serviço no Brasil. A afirmação é de dirigentes de entidades representativas de seguradoras do Paraná, que nesta terça-feira (12) conheceram o movimento da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) pela reforma tributária. Durante um café da manhã promovido pelo Clube de Seguros de Pessoas e Benefícios do Estado do Paraná (CVG/PR), o vice-presidente da Fiep, Edson Luiz Campagnolo, apresentou a campanha “A Sombra do Imposto” e convidou corretores e empresas de seguros do Estado para que se envolvam na mobilização pela diminuição do peso dos impostos no País.
“O tema da reforma tributária é pertinente a todos os setores da economia e a todos os consumidores, e não apenas à Federação das Indústrias”, disse Campagnolo. “Só vamos conseguir as mudanças nos impostos da maneira que queremos se cada cidadão for um soldado dos diversos movimentos pela reforma que existem no Brasil e se a sociedade organizada fizer o contraponto ao posicionamento dos governantes. Não podemos deixar acontecer uma reforma que seja uma colcha de retalhos, como o governo costuma fazer”, acrescentou.
Para o presidente do CVG/PR, Paulo de Castro, somar forças ao movimento pela reforma tributária é fundamental para realizar alterações na política de impostos que favoreçam todos os setores. “No nosso caso, uma antiga reivindicação é a redução das alíquotas que incidem sobre os seguros. Hoje, os impostos elevados vão diretamente para o preço final”, disse.
Segundo Castro, impostos menores possibilitariam que mais pessoas tivessem acesso à contratação de seguros, o que resultaria em uma redução ainda maior no valor desses serviços. “Isso certamente ajudaria na formação de uma cultura de seguros no Brasil, a exemplo do que acontece em países desenvolvidos que possuem cargas menores de impostos”, explicou. Para ele, possibilitar que mais pessoas tenham acesso a seguros, especialmente de vida ou previdenciários, também permitirá um aumento na cultura de poupança entre os brasileiros.
A opinião é parecida com a de Ramiro Fernandes Dias, diretor executivo do Sindseg-PR/MS – Sindicato das Empresas de Seguros Privados, de Resseguros, de Previdência Complementar e de Capitalização nos Estado do Paraná e do Mato Grosso do Sul. “Todo seguro tem IOF de 7%, que é uma alíquota muito alta. O excesso de carga tributária dificulta o acesso de mais gente, o que por sua vez impede uma queda no preço dos seguros”, justificou. Como exemplo, Dias cita o caso dos seguros para veículos. “No Paraná, apenas 24% da frota possui algum tipo de seguro. Esse percentual poderia ser bem maior se tivéssemos uma carga de impostos menor”.
Fórum
Para avaliar a real carga de impostos que afeta cada área do setor produtivo, Edson Campagnolo citou que a Fiep está criando o Conselho Temático de Assuntos Tributários. O novo fórum, que será instalado na próxima segunda-feira (18), vai reunir representantes de sindicatos industriais e de mais de 20 entidades parceiras para discutir propostas que contribuam com a racionalização e a redução da carga tributária brasileira. “Este é um Conselho aberto, que tem a intenção de envolver toda a comunidade no debate sobre a reforma tributária”, explicou o vice-presidente.
A criação do Conselho Temático dá ainda mais força ao movimento da “Sombra do Imposto”. Lançada no ano passado, em sua primeira fase a campanha buscou conscientizar as pessoas sobre o peso dos impostos no Brasil e o fato de que o dinheiro arrecadado não é revertido em serviços públicos de qualidade. No total, 1,5 milhão de exemplares de uma cartilha informativa foram distribuídos em todo o Paraná. Em maio, a campanha entra em sua segunda etapa, com a publicação de uma nova versão da cartilha, que dará ainda mais ênfase à forma como as diferentes esferas de governo gastam os recursos dos tributos.
Mais informações sobre a carga tributária e a campanha articulada pela Fiep podem ser obtidas no site www.sombradoimposto.com.br. Na página, é possível também acessar e solicitar exemplares da cartilha.