
De um lado o governo tentando apagar o incêndio da escassez de mão de obra no Brasil em meio a uma economia cada vez mais aquecida. Do outro, as empresas disputando umas com as outras os bons e já capacitados profissionais. No meio desse fogo cruzado estão os head hunters, ou caçadores de talentos, que se obrigam a promover uma dança das cadeiras entre pessoas e organizações. Esse foi um dos temas abordado durante o Diálogo & Inovação, promovido nesta quarta-feira (11) pelo Centro Internacional de Inovação (C2i), com a presença do Head Hunter Roberto Picino, diretor regional da consultoria Michael Page, multinacional especializada em buscar executivos para as empresas.
De acordo com Picino, a solução da mão de obra no Brasil, a longo prazo, está na mão do governo com projetos de educação pensando na capacitação profissional em larga escala. Porém, segundo ele, a curto e médio prazo, empresas e governo deveriam se unir para suprir essa carência. “O governo deveria ajudar as empresas com incentivos fiscais para que elas invistam mais pesado em capacitação dos próprios colaboradores e também de novos profissionais dentro da própria empresa”, explica.
Profissionais de Recursos Humanos também podem inovar
O objetivo do C2i ao incluir um Head Hunter na programação do Diálogo & Inovação é despertar a atenção de outros atores do setor produtivo do Estado para a gestão da inovação. Segundo o diretor executivo do C2i, Filipe Cassapo, a empresas precisam inovar, também, nos processos e serviços e, para a área de recursos humanos, é necessário unir inovação e equilíbrio. “Os profissionais de RH não podem se distanciar dos processos, mas precisam acompanhar a gestão da inovação na empresa. Eles precisam encontrar novos caminhos”.
Inovar em serviços e processos é um desafio que o Sistema Fiep já identificou, também, nas áreas de recrutamento e seleção. Para a analista de RH da Fiep, Andressa Nunes da Silva, a instituição enfrenta os mesmos problemas do setor produtivo na busca por profissionais e na retenção de talentos. E a aposta do setor, segundo ela, está na inovação. “Temos trabalhado em parceria com o C2i que tem nos ajudado a implantar a gestão da inovação nos processos”, comenta.
Geração Y – Outro ponto discutido no Diálogo & Inovação é a tão comentada “geração y”. Jovens recém formados ou ainda em formação e com menos de 30 anos de idade, que já ocupam importantes posições nas empresas e, não raro, batem de frente com os mais experientes no dia a dia das organizações. Para Picino, os novos negócios como empresas de tecnologia e comunicação absorvem bem este público. Já para o setor produtivo, o processo de adaptação desta geração e da própria empresa deve ser mais minucioso. “As empresas vivem uma realidade de “juniorização” em seu quadro funcional por necessidade e, também, por estratégia. É preciso que essas diferentes gerações adotem um canal de diálogo que atenda e, principalmente, respeite ambos e isso se transforme em resultado para a empresa”, finaliza o Head Hunter.