O painel “Educação Empreendedora: motor do desenvolvimento sustentável” foi realizado nesta quarta-feira (18), durante a Conferência Internacional das Cidades Inovadoras (CICI 2011) e discutiu conceitos de empreendedorismo e como aplicá-los na educação. Fizeram parte do painel os jornalistas Marcelo Remus, Márcia de Matos, Marcelo Pimenta e Marina Miranda.
Remus, editor do site “Startupi”, que divulga negócios inovadores da internet, destacou que o empreendedor está em constante transformação, por isso a importância de alinhar empreendedorismo e educação. Este alinhamento, porém, não necessariamente acontece pela educação formal. É o que também defendeu a jornalista Márcia Matos, especialista em educação a distância. “Quantas coisas eu sei e nem sei como aprendi? A educação não formal é uma troca que ocorre entre as pessoas e nem nos damos conta”, lembrou.
Os participantes do painel também ressaltaram que a responsabilidade pela educação não deve ser centralizada na escola. “Educar é um papel de cada um. Hoje há várias pessoas que estão compartilhando os seus conhecimentos com outras pessoas pela internet”, salientou Márcia, que citou como exemplo os vídeos postados no YouTube. “Se for digitada a palavra ‘aula’ aparecerão 25 mil postagens. Por isso é importante lembrarmos que somos educadores em todos os momentos da vida.”
Segundo Márcia, a educação empreendedora é baseada em três eixos: não delegar, participar das mudanças e agir. “Este não é um problema do governo, é nosso”.
Motivação
Para o jornalista Marcelo Pimenta, que articula projetos de internet para fortalecimento de redes, o grande desafio é despertar nos jovens a motivação em aprender. Segundo ele, um jovem de 15 anos se sente muito mais motivado em aprender como passar para uma nova fase em um game do que em aprender quais são as capitais dos estados brasileiros. “Outra questão é que a internet está cheia de conteúdo, porém temos um déficit na utilização deste material”, salientou.
Pimenta destacou que para motivar os jovens a aprender é preciso educar com base na realidade de cada um, como propunha o Paulo Freire: de. “É possível despertar a curiosidade pelo conhecimento, pois só teremos uma transformação social quando a mudança começar na nossa própria vida”, disse.
A jornalista Marina Miranda, especialista em Crowdsourcing (modelo de produção que utiliza os conhecimentos coletivos pela internet para resolver problemas, criar conteúdo e soluções ou desenvolver novas tecnologias) afirmou que é possível utilizar o conhecimento das pessoas para desenvolver projetos. Ela citou o exemplo de um projeto realizado pelo Governo de Minas Gerais “Integra Minas”, para padronizar a comunicação com os municípios. Este projeto, que deveria acontecer em três meses, foi realizado em um mês com a ajuda de voluntários que fizeram a alteração dos endereços de e-mail nos municípios. “Há vários projetos que as pessoas, em rede, podem potencializar”, destacou Marina.