Empresários de diversos segmentos participaram nesta quinta-feira (19) da Conferência Internacional sobre Redes Sociais (CIRS2), evento paralelo da CICI 2011. O evento é promovido por pessoas conectadas à Escola-de-Redes, uma rede formada por mais de 3 mil pessoas para estudar, investigar e experimentar redes sociais e desenvolver novas tecnologias de netweaving.
Os participantes presenciaram pequenas apresentações de cases de sucesso de empresas que estão dialogando com o mundo por meio das redes sociais e fazendo parte deste universo coletivo de conhecimento e oportunidades.
Almir Neves, empresário da Click Conhecimento, empresa voltada para promoção da educação para negócios e marketing, afirmou em sua palestra que muitas empresas ainda não sabem ouvir o consumidor. “O marketing é desenhado para fazer propaganda e não sabe dialogar com os clientes”, disse ele. “O consumidor quer conversar, trocar, fazer parte do processo. O perfil do consumidor hoje é diferente de cinco anos atrás, quando as redes sociais ainda estavam sendo descobertas. Por isso as empresas que se atentam a isso se tornam diferenciadas e disparam”, afirmou.
Neves citou o exemplo da rede de lojas americana Best Buy, que liberou acesso aos seus mais de mil funcionários ao twitter para que eles possam responder às questões de seus clientes na hora em que o movimento está mais baixo.
A Fiat, outro exemplo, criou um site em que os interessados podem ajudar a construir um carro-conceito. “Mais de 17 mil pessoas participaram, o protótipo do carro foi feito e a empresa está ganhando diversos prêmios de publicidade e marketing”, contou o empresário.
A doutoranda e professora do curso de moda da Universidade Federal de Goiás (UFG), Lavinnia Seabra, falou sobre seu projeto de doutorado e como as redes sociais podem auxiliar a indústria da moda e as soluções encontradas para reduzir a poluição do planeta. Segundo ela, o setor das indústrias texteis é um dos que mais agride o meio ambiente. Existem algumas iniciativas interessantes, como um site que propicia o desenvolvimento de estampas personalizadas através do facebook.
O meu amigo pode auxiliar na criação e interferir na estampa que criei, tudo em tempo real.” Lavinia explica que a indústria ganha com isso, pois tem acesso às estampas, planeja melhor a produção e a quantidade de estoque. “ O usuário também sai ganhando, pois há uma troca de informações e dicas de como conservar a roupa, gastar menos água e como preservar sua estampa por mais tempo.
“Antes de querer mudar o mundo, dê três voltas no seu quarteirão”. Com uma sacada inovadora, o empreendedor social Diego Gazola encantou os participantes ao apresentar seu portal colaborativo chamado Muda de Ideia. Gazola viaja o mundo nos ultimos nove anos procurando iniciativas que podem ser replicadas. Muda de Ideia é um radar da sustentabilidade no dia a dia da sociedade, governos e empresas.
O empreendedor já visitou mais de mil cidades produzindo guias de viagem e capturando com vídeos e fotos as ideias que encontra pelo caminho para um mundo melhor. A marca inglesa de roupa Patagônia, por exemplo, que tem um forte compromisso com o meio ambiente e com a sustentabilidade, criou um sistema de interação com o consumidor para melhorar seus produtos e solucionar problemas.
“A marca indentifica em sua roupa o que pode ser melhorado e o cliente dá sua sugestão, como economizar o custo de logística do fio produzido em Taiwan que segue até a Inglaterra, por exemplo. Isso é uma tendência que a gente pode imaginar para outras situações no Brasil”, garante ele.