O protagonismo político de cidadãos, que vem transformando a realidade de diversas comunidades paranaenses, foi um dos temas discutidos na CICI2011. Cerca de 200 pessoas participaram do painel que mostrou os diversos exemplos de localidades que implantam a metodologia das Redes de Desenvolvimento Local, a qual é fomentada no Estado pela Rede de Participação Política (RPP) – iniciativa apartidária da Fiep.
“O que a gente percebe nessas localidades é que tem muita gente de bem, que quer fazer alguma coisa para melhorar, mas que na maioria das vezes não sabe por onde começar. Muitas pessoas nos agradecem por essa sistematização de ideias por meio da metodologia”, afirma o coordenador da Rede de Participação Política, José Marinho.
Segundo a agente de desenvolvimento, Gilseia Baraniuk, especialista em redes locais no Brasil, não há nenhuma restrição para utilização da metodologia em se tratando de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ou qualquer outro pré-requisito. “Nós somos os responsáveis por transformar o futuro desejado em realidade. A comunidade é que precisa estar motivada para isso. A metodologia é apenas uma ferramenta, quem faz são as pessoas”, destaca Gilseia.
Atualmente, comunidades de Campo Mourão, Guarapuava, Paranavaí, Cascavel, Londrina, Maringá, Ponta Grossa Arapongas, além de Ventania – que é a primeira a cidade a envolver toda a população na discussão por melhorias – implantam Redes de Desenvolvimento. Somente em Londrina são 32 redes locais. No total, 95 ações
já foram realizadas pelos moradores envolvidos em cada bairro desde 2010. No entanto, a articuladora da Rede de Participação Política no município, Gislane Syllos, diz que o papel das redes de desenvolvimento vai muito além de ações.
Ela acredita que a proposta está influenciando a mudança de comportamento dos cidadãos. “Acho que o mais importante das redes é que ela está melhorando a autoestima das pessoas. Elas se sentem incluídas no processo e felizes vendo aquelas ações que elas sonharam para o bairro sendo realizadas. Além disso, começaram a criar vínculos de amizades dentro da rede e isso reflete na comunidade. A mudança de cultura também acaba existindo, pois os cidadãos veem que têm o poder nas mãos e que não precisam depender exclusivamente do poder público para tudo”, enaltece a articuladora.
Para saber mais sobre as Redes de Desenvolvimento Local acesse www.desenvolvimentolocal.org.br