A isonomia fiscal com outros Estados e a melhoria na logística são demandas apresentadas pelos representantes do setor sucroalcooleiro no Fórum Setorial realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná na terça-feira (7), em Curitiba. O setor paranaense é prejudicado pela concorrência de outros mercados, como Goiás e Mato Grosso Sul, que têm alíquota de ICMS menor e podem praticar preços mais competitivos para o etanol.
“A correção desta diferença é importante para o setor voltar a crescer”, disse o presidente da Alcopar, Miguel Rubens Tranin. O setor sucroalcooleiro é formado por cerca de 40 empresas, que empregam mais de 85 mil pessoas no Estado.
Participaram da reunião com o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, o diretor executivo da Alcopar, José Adriano da Silva Dias; o diretor da empresa Dacalda, Constante Arruda, e o diretor da Cooperativa Nova produtiva, Tácito Junior, além de profissionais de diversas áreas do Sistema Fiep.
O encontro fez parte da série de fóruns setoriais que a Fiep vem realizando desde abril para discutir as demandas e os desafios dos setores industriais e para avaliar de que forma a federação, o poder público e os sindicatos podem melhorar as condições de produção e alavancar o crescimento de cada um.
O presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, explica que os Fóruns Setoriais são etapas que antecedem o Congresso Paranaense da Indústria, que acontece dias 21 e 22 de junho, em Curitiba, quando os as demandas do setor serão tratados de maneira mais pontual.
Apoio – O presidente da Fiep reforçou o apoio político e institucional da entidade na questão da isonomia tributária. Além disso, a Fiep contribuirá para com outra reivindicação do setor, que é a melhoria da logística. Hoje, equipamentos e máquinas trafegam em rodovias pavimentadas da malha estadual.
A ideia é criar estradas alternativas nos 140 municípios alcançados pelo setor. Rocha Loures encomendou à Coordenação de Desenvolvimento e à área de engenharia um estudo sobre o projeto de vias alternativas.
Após dez anos de crescimentos sucessivos, o setor sucroalcooleiro estabilizou a partir de 2008, passando a viver um processo de concentração, com muitas empresas locais adquiridas por multinacionais. “Hoje, 38% da matéria prima é esmagada por empresas estrangeiras”, disse Tranin.
As empresas locais, segundo os participantes do Fórum Setorial, precisam que seja revisto a modalidade de garantias. Hoje, existem usinas empenhadas em empréstimos de valores bem inferiores ao valor da empresa. “Estamos lutando pela revisão, de forma a que a garantia seja compatível com dívida. Isso vai ajudar o setor a recuperar a capacidade de investimento”, disse Adriano Dias.