Especialistas discutem fatores que garantem bem-estar e realização no trabalho

Zuher Handar e Laerte Idal Sznelwar participaram do Fórum sobre ergonomia e SST, realizado pelo Sesi Paraná nesta quarta-feira

As indústrias e organizações em geral que buscam ampliar as condições de conforto e bem-estar de seus trabalhadores precisam considerar dois aspectos fundamentais, apontados pelos especialistas Zuher Handar e Laerte Idal Sznelwar durante o 1º Fórum Sesi – Indústria Brasil de Boas Práticas e Inovação em Ergonomia e Saúde e Segurança no Trabalho (SST). O evento foi realizado pelo Sesi Paraná,  quarta-feira (29), no Cietep, em Curitiba. 

Um deles é a organização do trabalho, que abrange questões como o modo de produção, o ritmo, o nível de automatização, além de relacionamentos pessoais e tipos de gestão. O outro é a participação dos trabalhadores no processo de identificação de riscos e na formulação de modelos que garantam segurança e preservem a saúde do colaborador.

“Normalmente a ergonomia e a saúde e segurança são associadas a riscos físico, químico e biológico no ambiente de trabalho. Eliminar esses riscos é importante para prevenir acidentes e doenças ocupacionais. Mas é preciso ir adiante e pensar, também, nos fatores relacionados à satisfação do trabalhador, dar condições para que ele possa fazer um trabalho que o realize e o faça sentir-se bem. Isso é possível a partir da organização do trabalho”, disse o médico do trabalho Zuher Handar, professor da PUC-PR e da Faculdade Evangélica e diretor científico da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANANT).

Para Laerte Sznelwar, que é doutor em ergonomia pelo Conservatório Nacional de Artes e Ofícios (CNAM), da França, professor da Universidade de São Paulo, a participação democrática dos trabalhadores na construção de modelos de organização do trabalho é fundamental. “Muitas vezes, os profissionais de saúde e segurança vêem o programas de redução de riscos ambientais ou de prevenção de problemas de saúde como instrumentos de caráter puramente técnico. Mas, na verdade, são sociais”, afirmou ele.

Os trabalhadores, segundo Sznelwar, querem participar e os saberes e os conhecimentos que eles detêm têm de estar contemplados na organização do trabalho. O especialista ressalta que é preciso transformar a  ocupação em profissão, ou seja, dar condições para as pessoas crescerem e se realizarem, porque, isso repercute na saúde física e mental.

“É fundamental conhecer o que a pessoas faz dentro da empresa e fazer com que ela perceba o seu trabalho como  integrante da organização. A sensação de pertencimento é essencial para o conforto e a realização do trabalhador”, afirmou ele.

Para Zuher Handar, todas essas questões podem ser contempladas se as empresas adotarem um Sistema de Gestão em Saúde e Segurança no Trabalho. “Hoje em dia há muitas empresas que já se preocupam com essa questão. O que é urgente, neste momento, é pensar em alternativas econômicas viáveis para as pequenas e médias empresas implantarem mudanças que beneficiem os trabalhadores e ao mesmo tempo garanta mais produtividade.

“As pequenas e médias são as que mais sofrem com falta informação, de conhecimento e estrutura para adoção de sistemas eficientes nesta área. “Daí a importância da atuação dos sindicatos empresariais, de entidades representativas do setor produtivo”, afirmou ele.

NR-12 – A Norma Regulamentadora número 12, que trata da segurança no trabalho em máquinas e equipamentos, foi tema da palestra de Josebel Rubin, do Instituto Nacional de Prevenção aos Acidentes de Máquinas e Equipamentos (Inpame). O presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) falou sobre a inovação em processos. O fórum apresentou, ainda, cases de boas práticas em ergonomia e SST desenvolvidos por empresas.

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