Indústria paranaense fecha primeiro semestre com alta de 8,42%

Apesar de positivo, resultado aponta desaceleração no crescimento em relação aos primeiros meses do ano

O desempenho da indústria paranaense nos primeiros seis meses do ano apresentou alta de 8,42% na comparação com o mesmo período de 2010. Apesar de positivo, este resultado aponta para desaceleração no crescimento verificado nos primeiros meses de 2011. Até março deste ano os valores acumulados foram de 10,81%, em abril este índice caiu para 9,68%, chegando a junho com 8,42%.

Quando comparado com maio deste ano, o resultado de junho apresentou queda de -2,92%. Segundo relatório divulgado pelo departamento econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) nesta segunda-feira (08), houve queda nas vendas em 16 dos 18 gêneros pesquisados. Os únicos setores da indústria que tiveram performance positiva foram Veículos Automotores (+15,12%), que apresentou bom resultado em decorrência da base deprimida de maio (greve nas montadoras), e Produtos de Metal (+4,28%) cuja alta está ligada às novas encomendas para  o setor.

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Em relação à compra de insumos pela indústria paranaense, o mês de junho apresentou redução de -13,74% em relação a maio, acompanhando a tendência de queda nas vendas no período. Quando comparado o primeiro semestre de 2011 com 2010, constata-se aumento de 7,33% na aquisição de insumos.

Também no nível de emprego o resultado acumulado entre janeiro e junho apresentou aumento. No quesito “pessoal empregado total” houve acréscimo de 4,99% e no “pessoal empregado na produção” alta de 3,55% em relação ao mesmo período de 2010.

Segundo o coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt, estes resultados indicam que a atividade industrial no Paraná está bem acima da registrada tradicionalmente nos seis primeiros meses do ano. De acordo com Schmitt, as vendas industriais (+8,42%), as compras de insumos (+7,33%) e o emprego (+4,99%) estão em níveis recordes para um primeiro semestre, desde que foi iniciada a série histórica em 1986. “O forte crescimento da economia brasileira em 2010, a boa safra paranaense colocada no mercado com favoráveis preços internacionais e o crédito farto para aquisição de bens de consumo duráveis estão entre os principais fatores que construíram este resultado positivo”, afirma o economista.

Apesar dos bons indicativos, Schmitt adverte que o resultado recorde não deve se repetir com a mesma intensidade no segundo semestre de 2011. “A queda de velocidade da expansão acumulada registrada no primeiro trimestre, quando o valor acumulado das vendas caiu de 27,84% em janeiro para 10,81% em março e no segundo trimestre, com queda de 9,68% em abril para 8,42% em junho evidencia nítida desaceleração no crescimento”, diz.

Setores – Dentre os setores que tiveram maior queda nas vendas industriais durante o mês de junho estão dois dos três de maior participação relativa na indústria paranaense. Alimentos e Bebidas e Refino de Petróleo e Produção de Álcool apresentaram queda de -4,79% e -4,22%, respectivamente, ambos por conta da menor quantidade de dias trabalhados no período.

O resultado negativo de junho também foi puxado pela retração nos setores de Couros e Calçados (-16,64%) e Vestuário (-15,24%), este último em decorrência da redução da demanda e da troca de coleção.

No acumulado dos primeiros seis meses do ano, nove dos dezoito gêneros tiveram desempenho positivo quando comparados com mesmo período de 2010. Os três gêneros que apresentaram maior expansão foram: Vestuário (+32,44%), Produtos de Metal (+24,75%) e Móveis e Indústrias Diversas (+14,57%). Nesta mesma base de comparação, os três gêneros com maiores reduções foram Têxteis (-34,09%), Edição e Impressão (-14,05%) e Material Eletrônico e de Comunicações (-12,96%).

No que se refere ao destino das vendas industriais durante o mês de junho, houve diminuição nas vendas dentro do Paraná (-0,86%), para os outros estados brasileiros (-2,77%) e também para outros países (-9,74%). No acumulado dos seis primeiros meses do ano, os resultados são positivos em relação às vendas dentro do Estado (+18,42%) e para outros estados (+3,52%). As vendas para o exterior tiveram resultado negativo de -0,90%.

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