
O saldo líquido da balança comercial paranaense apresentou superávit de US$ 42 milhões em julho deste ano. As exportações realizadas neste período somaram US$ 1,495 bilhão, contra US$ 1,452 bilhão das importações. Com estes resultados, o saldo acumulado nos primeiros sete meses do ano soma US$ 9,724 bilhões em exportações, resultado 23,8% maior do que o registrado no mesmo período de 2010, e US$ 10,047 bilhões em importações, valor 40,86% superior ao do ano passado.
De acordo com o levantamento produzido pelo departamento econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), esses resultados apontam para diminuição no ritmo das exportações paranaenses e aumento no ritmo das importações. Embora o saldo líquido (exportações menos importações) seja positivo pelo quarto mês consecutivo, observa-se um saldo negativo no acumulado entre janeiro e julho deste ano de US$ 323 milhões.
A política cambial é outra fonte de preocupação. Considerando o câmbio médio mensal divulgado pelo Banco Central, o total exportado nos sete primeiros meses de 2011, US$ 9,724 bilhões, equivale a R$ 15,969 bilhões, representando um aumento der 23,8% em Dólar, mas apenas 11,6% em Real na comparação com igual período de 2010. Quando comparado com o Euro, moeda que corresponde a 1/3 do total exportado, a receita em Real aumentou apenas 14,86%.
Segundo o coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt, fruto desta política cambial é a progressiva diminuição de rentabilidade das empresas produtoras-exportadoras do Paraná. “A apreciação do Real frente às moedas de circulação internacional vem comprimindo sistematicamente as receitas em moeda corrente doméstica dos exportadores e prejudicando sensivelmente a competitividade dos produtos paranaenses e brasileiros no exterior”, avalia.
Exportações – Como consequência da apreciação do Real frente a outras moedas de circulação internacional, pode-se notar uma mudança no perfil da pauta de exportação paranaense, como a perda de participação relativa de produtos manufaturados e aumento dos produtos básicos.
Os produtos do Complexo Soja continuam a ocupar a primeira posição nas exportações de 2011, com participação de 34,7% do total exportado, percentual 40,08% maior do que o registrado no mesmo período de 2010. Em segundo lugar vem o grupo Carnes, com participação de 12,85% e aumento relativo de 15,69% em relação ao ano anterior. Materiais de Transporte (veículos) vem em terceiro lugar com participação de 11,19%, mas registrando queda de 7,11% na comparação com 2010.
Dentre os quinze principais grupos de produtos da pauta de exportação paranaense, cinco apresentaram redução em relação a 2010: Material de Transportes (-7,11%), Madeira (-0,95%), Mecânica (-2,49%), Preparações alimentícias diversas (-3,33%) e Materiais Elétricos e Eletrônicos (-10,63%).
Importações – As importações apresentaram redução de -12,16% em julho contra junho, atingindo US$ 1,452 bilhão, valor 11,68% superior ao registrado em julho de 2010. Nos sete primeiros meses do ano os valores acumulados foram de US$ 10,047 bilhões contra US$ 7,133 bilhões no mesmo período de 2010, equivalendo a um aumento de 40,86%.
No que se refere ao grupo de produtos, o segmento de Material de Transportes ocupa o primeiro lugar na pauta de importações com participação relativa de 20,42%. O grupo dos Produtos Químicos, que inclui adubos e fertilizantes, perdeu a primeira posição totalizando 18,55%. Esta mudança se deve à característica sazonal da atividade agrícola. Em terceiro lugar ficou o grupo Mecânica com participação de 15,36%.
Em termos de fluxo de comércio (exportações mais importações), nos sete primeiros meses de 2011, a China continua superando a Argentina pelo terceiro ano consecutivo como principal parceiro comercial do Paraná, com US$ 3,479 bilhões de intercâmbio (exportações de US$ 1,868 bilhão mais importações de US$ 1,610 bilhão). Em segundo lugar vem a Argentina, que possui intercâmbio de comércio com o Paraná na ordem de US$ 1,897 bilhão. Em terceiro lugar vem a Nigéria com US$ 1,364 bilhão.