A educação passa por um momento de transição e é cada vez mais necessário que se faça uma revisão dos currículos para trabalhar a sustentabilidade de forma transversal, em todas as disciplinas. A afirmação é de Waverli Maia Matarazzo-Neuberger, coordenadora do Núcleo e Agência Ambiental da Universidade Metodista de São Paulo, que apresentou o Programa Metodista Sustentável nesta quarta-feira (31), durante o Global Forum América Latina.
A conferência está sendo realizada nesta semana pelo Sistema Fiep, por meio da Unindus, em parceria com a universidade americana Case Western Reserve University, de Cleveland. O evento é virtual e as mais de 50 palestras podem ser acompanhadas pela internet, pelo site www.globalforum.com.br
O Programa Metodista Sustentável teve início em 2008, quando o Projeto Político Pedagógico Institucional da universidade definiu a sustentabilidade como valor a permear todas as atividades educativas e institucionais. A Metodista está localizada em São Bernardo do Campo (SP), possui três campi e 26.500 estudantes em 54 cursos de graduação.
“O primeiro passo foi realizar um diagnóstico estrutural de como a universidade utiliza água, energia e emite gás carbônico. Precisávamos levantar os dados para reduzir a pegada ecológica da instituição. Uma coisa que aprendemos com o processo é que não adianta você ensinar a sustentabilidade se a universidade não pratica os conceitos”, disse Waverli, ressaltando que foi de extrema importância o reconhecimento dos administradores acerca dos impactos causados pela universidade.
Após o levantamento dos dados, foi necessário criar estratégias para reduzir os impactos. “Desenvolvemos um sistema para recolher água de chuva e temos medidas para a redução do uso do papel e da energia”.
O segundo passo foi a criação de um programa educacional. “Queríamos que a sustentabilidade não fosse uma nova disciplina, mas um conteúdo a ser inserido transversalmente no currículo vigente dos cursos. Queríamos ainda trabalhar a sustentabilidade de forma diferenciada em sala de aula”, afirmou.
Para atender à demanda de qualificação, foi criado o curso de Formação de Lideranças para Educação na Sustentabilidade (FLESES), que desenvolve nos professores, gerentes e corpo administrativo as habilidades necessárias para trabalhar com a sustentabilidade e meio ambiente em suas áreas de atuação. “Já tivemos duas edições do curso e nossa intenção é envolver todos os profissionais da instituição. Para ensinar, precisamos dar exemplo”, concluiu.