Novo presidente da Fiep defende Banco de Projetos para desenvolver a infraestrutura

Edson Campagnolo, que toma posse nesta sexta (30), aponta a interiorização dos investimentos como prioridade para o crescimento do setor

A nova diretoria da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), que será empossada nesta sexta-feira (30), assume com o compromisso de trabalhar com foco total no crescimento do setor industrial paranaense e no desenvolvimento econômico e social de todo o Estado. A afirmação é do presidente eleito da Fiep, Edson Campagnolo, que comandará a entidade até 2015. Nesta quinta-feira (29), em Curitiba, o empresário concedeu entrevista coletiva para falar sobre as prioridades de sua gestão.

De acordo com Campagnolo – primeiro representante do interior do Estado a assumir a presidência da Fiep nos 67 anos de história da entidade –, uma forma de buscar o crescimento do setor industrial paranaense como um todo é a descentralização de investimentos. “Nossa política industrial deve possibilitar que as empresas interessadas em vir ao Paraná se estabeleçam em várias regiões do Estado e não apenas nos grandes centros”, afirmou.

Mas para que isso aconteça, Campagnolo considera que o Paraná precisa solucionar alguns gargalos que prejudicam o desempenho da economia do Estado. “Nosso crescimento ainda esbarra em obstáculos como infraestrutura e logística”, disse o novo presidente da Fiep. “É inadmissível, por exemplo, que uma cidade como Ponta Grossa ou a região Oeste do Estado não tenham aeroportos condizentes com a demanda” acrescentou.

Banco de Projetos

Para auxiliar na melhoria das condições de infraestrutura do Paraná, Campagnolo anunciou que a Fiep comandará um grande movimento para a criação de um Banco de Projetos para o Estado. “Muito se fala, por exemplo, sobre a construção de uma nova ferrovia que ligue Curitiba ao Porto de Paranaguá, para substituir a ferrovia centenária que já não suporta grandes comboios. Mas hoje não existe nem o projeto dessa nova ferrovia”, explicou.

Junto com outras entidades representativas do setor produtivo e em parceria com o governo do Estado, a Fiep pretende viabilizar a criação de um fundo que possibilite a elaboração de projetos de engenharia para as obras necessárias no Paraná. Com os projetos em mãos, será mais fácil buscar os recursos disponíveis para realização das melhorias. “Temos que estar alinhados para que, seja através do PAC ou de Parcerias Público-Privadas (PPPs), consigamos solucionar os problemas de infraestrutura do Estado. A Fiep, pela necessidade da indústria em ter uma infraestrutura adequada, vai ser um órgão mobilizador para buscarmos essas soluções”, declarou Campagnolo.

Além de atuar na melhoria da infraestrutura logística, a Fiep também vai atuar fortemente no desenvolvimento de diferentes cadeias produtivas dentro do próprio Estado. “Temos muita matéria-prima aqui no Paraná, mas em vários casos ela acaba sendo processada em outros estados, com os produtos voltando para cá com maior valor agregado. É o caso da madeira e do trigo produzidos aqui”, afirma. “Queremos fazer com que toda a cadeia produtiva esteja dentro do Paraná e esses produtos sejam fabricados aqui”, declarou.

Outra prioridade da gestão da Fiep que se inicia na noite desta sexta-feira é o investimento em qualificação profissional. “Na atual gestão, tivemos uma evolução muito grande nessa área. O número de matrículas no Senai passou de 70 mil em 2003 para 252 mil em 2011. Nosso desafio é, até 2015, dobrar esse número para 500 mil, dentro das metas estabelecidas pelo programa lançado pelo governo federal em maio passado”, afirmou Campagnolo, referindo-se ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

Solenidade

A posse da nova diretoria da Fiep acontece nesta sexta-feira, em solenidade marcada para 19h30, no Cietep, sede da entidade no Jardim Botânico, em Curitiba. A diretoria da Fiep é composta por 54 integrantes, todos industriais, representantes de sindicatos empresariais. A Federação é a maior entidade empresarial do Paraná e representa um setor que responde por 30% do PIB estadual e é formado por 42 mil indústrias que geram 750 mil empregos.

Apoio dos sindicatos e independência

A nova diretoria que assume nesta sexta-feira (30) a Fiep tem amplo apoio dos sindicatos industriais e o compromisso de manter a independência da entidade. Edson Campagnolo e os demais 53 integrantes da nova diretoria foram eleitos numa votação histórica realizada no dia 03 de agosto último. A eleição teve presença maciça dos sindicatos, com o comparecimento de 99% das entidades consideradas aptas a votar. Campagnolo recebeu 69 votos contra 21 do ex-deputado Ricardo Barros.

“O processo eleitoral foi marcado por duas forças antagônicas – de um lado o nosso grupo defendendo os interesses da indústria e de outro a defesa dos interesses político-partidários”, lembrou Campagnolo. Ele enfatizou que assume a Federação com o compromisso de manter a independência da entidade. “Isso não quer dizer que não estamos alinhados com o governo”, disse, informando que já manteve conversas com o governador Beto Richa e demais integrantes do governo do Estado.  “Nossos interesses são os mesmos: trazer novos investimentos para o Paraná e retomar o crescimento. O governador Beto Richa tem em mim um aliado”, destacou.

O novo presidente da Fiep quer também manter um relacionamento próximo com o governo federal e com os parlamentares. Ele informou que já tem agendado um encontro com a bancada federal para o dia 17 de outubro onde tratará de temas relacionados ao desenvolvimento do Estado. Campagnolo também vai buscar apoio das Federações das Indústrias de Santa Catarina e Rio Grande do Sul para unir as bancadas dos três estados do Sul em torno de questões comuns que dizem respeito ao desenvolvimento da região.

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