Medidas de ajuste fiscal precisam vir acompanhadas de ações para retomada da economia, diz Campagnolo

Presidente do Sistema Fiep comenta os cortes no orçamento federal que devem ser anunciados nesta sexta-feira (19) e cobra realização de reformas

O presidente do Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, afirma que os cortes no orçamento e medidas de ajuste fiscal do governo federal, divulgados nesta sexta-feira (19), são válidos como tentativas de elevar a confiança do mercado. Ele ressalta, no entanto, que essa iniciativa precisa ser acompanhada de políticas que garantam o efetivo equilíbrio das contas públicas em longo prazo e ações concretas para retomada imediata da atividade econômica do país. O governo anunciou que fará um corte de R$ 23,4 bilhões em suas despesas neste ano.

“O governo precisa dar sinais claros de que está disposto a ajustar suas contas em curto e longo prazo, especialmente no momento em que o Brasil sofreu mais um rebaixamento pelas agências de classificação de risco”, diz, referindo-se à decisão tomada esta semana pela Standard&Poor’s. “Porém, os cortes não podem afetar ainda mais a já estagnada atividade econômica e precisam vir acompanhados de medidas que estimulem a retomada dos investimentos, da geração de empregos e do consumo”, acrescenta.

Campagnolo também ressaltou ser essencial que o governo e o Congresso Nacional avancem nas discussões sobre reformas estruturantes para o país. A primeira delas a entrar em pauta é a da Previdência, cujos primeiros debates ocorreram nesta semana, com a apresentação dos temas prioritários que o governo pretende debater. “A reforma da Previdência é absolutamente imprescindível, já que esse é um dos fatores que mais impactam nas contas públicas. Mas é preciso avançar também nas discussões sobre outras reformas, como a Tributária e a Trabalhista. É com elas que vamos solidificar as bases para que o Brasil possa ter um crescimento sustentado em longo prazo”, diz o presidente da Fiep.

“Muitas vezes somos repetitivos ao insistir na cobrança de todas essas medidas. Mas isso acontece porque, apesar dos constantes alertas do setor produtivo e da sociedade, nada muda e parecemos andar em círculos. Precisamos continuar insistindo até que, uma hora, a classe política se sensibilize e faça o que é necessário para recolocar o Brasil no caminho do desenvolvimento”, conclui Campagnolo.

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