O presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, repudiou a decisão do presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), que nesta segunda-feira (9) anulou a sessão concluída em 17 de abril em que foi aprovada a continuidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Para Campagnolo, trata-se de uma manobra irresponsável, pautada por claros interesses políticos, que ignora a decisão tomada pela ampla maioria do plenário da Casa. Além disso, ele afirma que a medida retarda ainda mais a busca por soluções para que o Brasil supere a profunda crise em que se encontra.
“Em um momento em que a sociedade brasileira exige uma solução para a crise política que vem paralisando o Brasil e causando sérios estragos em nossa economia, é uma verdadeira irresponsabilidade lançar mão de uma manobra que tem como único efeito prático aumentar ainda mais o caos político no país”, afirma o presidente da Fiep. “É inadmissível que uma canetada anule uma decisão tomada por 367 deputados e que reflete o desejo da maioria da sociedade brasileira”, acrescenta.
Campagnolo declara ainda que, diante das consequências que a decisão de Maranhão pode trazer ao país, é preciso que as instituições se posicionem e façam valer o que determina a Constituição. “O Supremo Tribunal Federal já havia confirmado a legalidade do processo de impeachment e agora, quando deve novamente ser acionado para solucionar esse novo impasse, precisa tomar uma decisão rápida e efetiva”, afirma, referindo-se ao anúncio feito pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de que vai recorrer no STF para tentar reverter a medida adotada pelo presidente em exercício da Câmara.
Para o presidente da Fiep, é preciso ainda que a sociedade se mantenha mobilizada e continue pressionando a classe política para que encontre soluções para a crise. “Assim como já fizemos anteriormente, se for preciso voltaremos às ruas para mostrar que a sociedade exige uma saída imediata para esta crise. Cada dia que o Brasil perde com manobras que apenas aumentam o imbróglio político é um dia a menos para a recuperação de nossa economia”, conclui.
Atualização – No fim da tarde desta segunda-feira, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu ignorar a medida de Maranhão e afirmou que vai dar seguimento ao processo de impeachment. Com isso, fica mantida a abertura da sessão de votação do pedido de impeachment pelos senadores para esta quarta-feira (11). A Fiep segue acompanhando com atenção o andamento do processo.