Empoderamento de mulheres é tema de discussão de painel do Sesi no Paraná

Evento foi promovido em Curitiba, em parceria com a ONU Mulheres, e debateu indicadores e temas para plataforma com dados sobre gênero, que será lançada em novembro

Um painel com especialistas, representantes de empresas signatárias do WEP’s (Princípios de Empoderamento das Mulheres) e do Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça da Secretaria de Política para as Mulheres no Paraná discutiu, na última quinta-feira (1º), no Campus da Indústria, um conjunto de indicadores que é parte de um projeto pioneiro que será lançado pelo Sesi no Paraná em parceria com a ONU Mulheres em novembro: a plataforma Empoderamento das Mulheres – Trabalho e Valorização. O site compilará dados sobre equidade de gênero (de institutos como IBGE e IPEA), além de referências de boas práticas que servem como exemplo para o alcance da igualdade entre homens e mulheres.

A ação faz parte do projeto de implementação da Agenda 2030 – um plano de ações da ONU para as pessoas, o planeta e a prosperidade, visando um mundo com desenvolvimento sustentável.

Para a gerente de Projetos de Articulação Estratégica do Sesi no Paraná, Maria Cristhina de Souza Rocha, os debates trouxeram uma reflexão aprofundada sobre o tema. “Saímos com um grupo disposto a trabalhar para que tenhamos uma ferramenta fidedigna, que possa ajudar na atuação e nas ações desse tema.” Segundo ela, a sociedade pode se engajar, contribuindo com as atualizações e interagindo com o portal. “Temos problemas e indicadores que mostram que a equidade é algo desejável, mas que ainda não conseguimos atingir. Por isso, precisamos de informações para medir a influência das mulheres e ajudar para que mais mulheres fiquem empoderadas.”

A socióloga e gestora do projeto Renata Thereza Fagundes Cunha, da Gerência de Articulações Estratégicas do Sesi no Paraná, lembrou que o especializado grupo presente no painel tem sido “diretamente responsável pela inserção, manutenção e implantação do tema nas suas organizações, promovendo um engajamento cada vez mais qualitativo”.

Para a representante da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman: “O desenvolvimento sustentável não acontece sem igualdade entre homens e mulheres, não podemos deixar ninguém para trás. E quem está atrás no Brasil hoje? São as mulheres, principalmente, as mulheres negras e indígenas. Por isso, precisamos de investimentos e ações afirmativas para criar oportunidades.” Segundo Nadine, o lançamento da plataforma será eficaz para realizar análises e planejar essas ações de maneira mais efetiva. “São informações essenciais para que todos nós que estamos empenhados nesse planeta sustentável e igualitário saibamos o caminho.”

Bons exemplos
A Renault, uma das empresas participantes tem o empoderamento feminino como um dos seus objetivos mundiais desde 2010, com programas como o Woman@Renault, que trabalha ações na empresa e na comunidade. “No Brasil, temos iniciativas como o acolhimento de mulheres no pré-vestibular. Incentivamos para que elas sigam nas áreas e funções atípicas às mulheres, como engenharia, para que sejam acolhidas pela empresa”, explicou a gerente jurídica e coordenadora do Women@Renault, Maria Helena Verenikes Durigan. Além disso, as seleções precisam ter 50% de currículos de mulheres para a vaga, e a empresa promove o desenvolvimento de mulheres para que cheguem em cargos de gerência e diretorias, com programas de mentoring, coaching e palestras. Na área de responsabilidade social, a empresa também realiza projetos como a Associação Borda Vida, que trabalha com mulheres da comunidade que vivem no entorno da empresa.

Outra empresa presente, a Itaipu Binacional, também é modelo de programa de equidade de gênero. “Posso dizer que a Itaipu é pioneira em institucionalizar um programa de equidade de gênero no plano estratégico da empresa”, ressaltou a coordenadora do Programa de Equidade de Gênero da Itaipu, Maria Helena Guarezi. A ação é trabalhada pela companhia desde 2003, e, a partir de 2006, passou a constar no plano estratégico. “Entendemos que não existe uma sociedade sustentável ou uma empresa equilibrada se não tiver equidade entre homens e mulheres.” Uma política com sete diretrizes e plano para implementação foi aprovada pela empresa de forma binacional em 2011.

A plataforma Empoderamento das Mulheres – Trabalho e Valorização será lançada em novembro no Fórum Mulheres em Destaque, que acontece em São Paulo com apoio do Sesi no Paraná e da ONU Mulheres, e no Congresso Sesi ODS, em Curitiba.

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