O México não deve ser visto como um concorrente do Brasil, mas como um parceiro e uma plataforma de exportações de manufatura avançada. Com uma base naquele país, as indústrias brasileiras podem ter acesso a 46 países de três continentes com os quais o governo mexicano mantém acordos comerciais, o que representa um universo de um bilhão de consumidores. A informação é de Jorge Macedo González, primeiro secretário do ProMéxico, a agência de promoção das exportações do governo mexicano. Ele falou a industriais paranaenses na última quarta-feira, 15, durante o Seminário Oportunidades de Negócios e Internacionalização – México, realizado no Campus da Indústria, em Curitiba, numa promoção conjunta da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e da Agência de Promoção das Exportações Brasileiras (Apex Brasil).
O volume de mercadorias negociadas pelo México no comércio internacional, entre importações e exportações representa o dobro do que é movimentado pelo Brasil e 80% das transações referem-se a produtos de alta tecnologia. O México é a 12ª economia do mundo e a maior área de livre comércio das Américas. Seu Produto Interno Bruto (PIB) foi de US$ 2,31 trilhões em 2016 e vem crescendo a uma média de 2,2% nos últimos três anos. Exporta principalmente produtos das indústrias automotiva, de autopeças e petróleo.
Além disso, o México possui 50 pontos de fronteira com os Estados Unidos, o que facilitaria a entrada de produtos brasileiros no mercado norte-americano. Outras vantagens são o sistema tributário mais leve e mais simplificado em comparação ao Brasil; uma estrutura logística mais ágil e de menor custo com a utilização de um sistema multimodal, com conexão entre caminhão, trem e navio no transporte das mercadorias; e uma legislação trabalhista mais flexível.
Segundo González, os setores da economia paranaense que poderiam mais se beneficiar deste mercado são as indústrias de eletroeletrônico, automotivo e autopeças, aeroespacial, madeira, construção civil, tecnologia da informação e energia.
Internacionalização – No mesmo evento, o coordenador internacional da Apex Brasil, Juarez Leal, falou sobre o suporte que a agência oferece a empresas brasileiras que tenham interesse em se internacionalizar. “Oferecemos suporte a empresas que queiram abrir uma base em outros países, especificamente nas áreas de gestão, legislação, marketing, entre outras”, explicou Leal. Além disso, segundo ele, a Apex realiza várias missões internacionais com o propósito de levar empresários brasileiros para conhecer os países onde pretendem atuar. “Essa imersão nos países é muito importante para conhecer a cultura de negócio do país”, disse.
O coordenador do Conselho Temático de Negócios Internacionais da Fiep, Paulo Pupo, disse que o objetivo de realizar o seminário foi orientar os industriais sobre os passos e estratégias para se internacionalizar uma indústria. “Exportar não é apenas produzir e vender para o exterior. O caminho é longo e é necessário que o empresário conheça todas as ferramentas disponíveis”, disse. Pupo ressaltou que as empresas brasileiras e paranaenses são competentes, fazem o dever de casa e produzem produtos em conformidade junto ao mercado, mas nem sempre conseguem ser totalmente competitivas em todo o processo de exportação devido ao excesso de regulamentações e etapas a serem cumpridas em um processo de exportação. “Temos muita burocracia para exportar, o que torna o processo moroso e caro. Por isso, nossa ação deve ser prática e assertiva e uma das missões da Fiep é apoiar o industrial neste processo”, ressaltou.