

Um grupo de cinco jovens, com idade média de 25 anos, desenvolveu em 36 horas um aplicativo que identifica se um trabalhador de indústria está sem algum dispositivo de segurança essencial para o ambiente de trabalho.
O app foi criado a partir da preocupação com situações relacionadas com as apontadas em relatórios da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de que o número de acidentes de trabalho fatais ao ano chegam a 321 mil e que, nesse panorama, a cada 15 segundos, um trabalhador morre por conta de uma doença relacionada ao trabalho.
Os dados da OIT também colocam o Brasil como 4.º colocado no ranking mundial de acidentes fatais de trabalho. No país, são quase 4 mil mortes anualmente em decorrência de acidentes de trabalho.
Os estudantes desenvolveram o aplicativo durante o Hackathon Sesi Health Tech, realizado em março em Curitiba, e foram os vencedores da maratona que reuniu 12 equipes de cinco estudantes e profissionais de formações diversas. O hackathon teve o objetivo de buscar e propor soluções tecnológicas para desafios em segurança e saúde nas empresas. A saúde e a segurança estão diretamente ligadas ao bem-estar do trabalhador e também à produtividade e à competitividade industrial.
Surpresa
De acordo com o gerente executivo do Centro Internacional de Inovação do Sistema Fiep, Filipe Cassapo, “as novas tecnologias, a inovação e o empreendedorismo oferecem oportunidades de desenvolver novos aspectos de saúde e segurança que agreguem valor ao trabalhador e às empresas”.
A equipe vencedora, denominada SIGTI, recebeu prêmio no valor de R$ 10 mil e troféus impressos em 3D. João Pedro Novochadlo, de 25 anos, estudante de Publicidade e Propaganda, conta que a equipe já participou de outras maratonas com sucesso. “Apesar de acreditarmos na nossa ideia, vimos outras muito boas. Por isso, ganhar o primeiro lugar foi uma grande surpresa”, diz.
O estudante explica que o protótipo – uma pulseira inteligente – depende agora de uma série de testes para que seja avaliada sua viabilidade efetiva. O maior desafio será encontrar um parceiro que apoie a equipe nesse processo. A pulseira aponta se o trabalhador está usando os equipamentos de proteção individual (EPI) e monitora os sinais vitais do trabalhador. “A análise desses dados também permite identificar situações estressantes no ambiente de trabalho”, afirma Leonardo Custódio, de 25 anos, estudante de Medicina.
Para Tato Levicz, engenheiro de Controle e Automação, o bom resultado da equipe pode estar ligado ao bom relacionamento entre os integrantes. “Além disso, o know-how de cada um otimizou o trabalho”. Custódio concorda que a organização de cada um, com suas atribuições e tarefas, “permitiu ganhar tempo, o que é essencial para o desempenho em uma maratona”.
Segundo ele, participar de um desafio como o hackathon estimula o olhar para os negócios. “Expande nosso conhecimento. E além de ser primordial para o crescimento da equipe, a maratona é fantástica para o desenvolvimento individual”, conclui.