
Os índices que medem a confiança dos industriais em relação ao cenário de negócios caíram no mês de outubro. Enquanto a confiança do empresário da indústria de transformação no Paraná teve leve queda – de menos 0,2 pontos – a do construtor está 2,6 pontos inferior a setembro.
Os dois índices divulgados mensalmente pela Federação das Indústria do Paraná (Fiep) estão na área de otimismo e ambos, o da indústria de transformação e o da construção, registraram 56,6 pontos.
No caso da indústria de transformação – caracterizada pela manufatura de produtos – a queda registrada em relação a setembro é reflexo de como o industrial percebeu as condições para conduzir os seus negócios. Na percepção do empresariado, a economia continua pouco favorável para novos investimentos. Apesar disso, as expectativas sobre o futuro dos negócios subiram 0,1 pontos, porém, este aumento não indica uma tendência sustentável.
“A partir de outubro, que tradicionalmente é, o último mês de elevada atividade industrial, o setor se prepara para férias coletivas, pois a produção já foi enviada ao comércio para atender a demanda de fim de ano. O início do período de baixa atividade industrial influencia a queda na percepção das condições. No entanto, há também uma expectativa de reação do mercado para os próximos 6 meses”, explica o economista da Fiep, Roberto Zurcher, ao falar sobre o contexto que influenciou o resultado dos indicadores.
Novos empreendimentos
No segmento da construção, o empresário avalia que as condições em outubro estão menos favoráveis do que no mês anterior. A queda na confiança levou o índice a 56,6 pontos. Em períodos em que a economia estava aquecida, o indicador registrara 70 pontos.
Dois itens que podem explicar a queda no indicador, segundo Zurcher, o mercado pouco aquecido por conta da falta de demanda e as altas taxas de juros. “As construtoras estão menos confiantes, pois dependem de um volume de recursos considerável e as taxas de juros para acessar recursos para investimento são ainda muito altas. E ainda que se tenha acesso a recursos, não há garantias de uma venda rápida, tornando o custo e o risco de novos empreendimentos muito altos”, indica Roberto.
Contribuíram negativamente para o recuo na confiança, a redução de menos 3,5 pontos nas expectativas do industrial em relação a novos negócios. “Nessa época do ano, em situações normais, as pessoas reformam ou adquirem novos imóveis. Mas no cenário adverso que temos, com baixo nível de demanda, há uma redução nas expectativas”, pontua o economista da Fiep.