Fiep compra 24 toneladas de TNT para a confecção de 8 milhões de máscaras cirúrgicas contra a Covid-19

Tecido começa a chegar nas indústrias que farão os equipamentos de proteção para os profissionais de saúde

 

Primeiro lote de TNT chega à indústria de Apucarana (foto: Jair Ferreira).

A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) comprou 24 toneladas de Tecido Não Tecido (TNT) para a confecção de 8 milhões de máscaras cirúrgicas. Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) serão destinados a profissionais de saúde para o uso no atendimento a pessoas portadoras de Covid-19 ou com suspeita da doença. O material está sendo adquirido de um fabricante local, a Berry Global – Cia Providência, com sede em São José dos Pinhais, num investimento de R$ 650 mil.

O tecido está sendo repassado às indústrias de confecção associadas aos sindicatos filiados à Fiep, que fabricarão as máscaras. Os EPIs serão comprados diretamente das indústrias pelos governos federal e estadual e pelas prefeituras para repasse a hospitais, clínicas, postos de saúde, santas casas e sistema penitenciário. “Com esta ação, a Fiep contribui com os esforços dos profissionais de saúde para o combate e tratamento da pandemia do novo coronavírus, além de criar alternativas para que empresas do setor do vestuário, que é um dos que mais gera empregos na indústria do Paraná, tenham condições de manter seus postos de trabalho”, afirma o presidente da entidade, Carlos Valter Martins Pedro.

O gerente de Assuntos Estratégicos da Federação, João Arthur Mohr, explica que a Fiep fez essa compra porque as indústrias separadamente não conseguiriam adquirir esse grande volume por conta própria. Ele afirma que para regularizar a compra e o fornecimento do material, serão assinados convênios com os sindicatos industriais do setor do vestuário que repassarão o TNT às indústrias associadas. “As indústrias irão ressarcir os sindicatos que, por sua vez, repassarão o valor da matéria-prima à Fiep”, esclarece Mohr.

A operação envolve 150 indústrias e 10 mil trabalhadores. O TNT está sendo transportado por caminhões. Os lotes começaram a sair nesta sexta-feira (24) do fabricante em São José dos Pinhais, com destino a Apucarana, Londrina, Maringá, Cianorte, Francisco Beltrão, Cascavel e Curitiba, onde estão as confecções que farão as máscaras.

Fôlego financeiro e manutenção de empregos

O primeiro lote de TNT chegou na noite desta sexta-feira (24 de abril) na B2 Brindes, indústria de confecção de Apucarana, no norte do Paraná. “Recebemos 12 toneladas de TNT e vamos produzir 5 milhões de máscaras”, informou a empresária Elizabete Ardigo, proprietária da empresa. Ela disse que a produção terá início nesta segunda-feira. Elizabete, que também preside o Sindicato das Indústrias do Vestuário de Apucarana (Sivale) e é diretora da Fiep, destacou que a ação ao mesmo tempo em que contribui para atender a grande demanda por máscaras cirúrgicas, garante a manutenção dos empregos já que movimenta as indústrias que vinham praticamente paradas desde o começo da pandemia.

Outra indústria do norte do Paraná que receberá o TNT nos próximos dias é a NKF Confecções, de Londrina.  Com a pandemia, a indústria que normalmente produz 300 mil peças por mês, reduziu sua produção mensal para 100 mil peças. “A possibilidade de começar a fabricar as máscaras é uma boa saída e foi a Fiep quem nos abriu os olhos para esta oportunidade”, conta o proprietário, Guilherme Hakme, que é presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Vestuário do Paraná (Sivepar). A indústria tem 400 funcionários diretos e trabalha com outras 150 costureiras de cinco facções da região. “A produção das máscaras vai garantir trabalho para estas pessoas e vai nos ajudar a pagar as despesas fixas”, afirma. Segundo Hakme, com o comércio fechado, o nível de inadimplência subiu bastante e os novos pedidos estão sendo adiados.

Há 40 anos no mercado, a NKF fabrica calças e bermudas, em jeans e em sarja. Neste momento, está tendo que se reinventar. “A produção de máscaras cirúrgicas é algo totalmente novo para nós. Enquanto esperamos o tecido chegar, estamos pesquisando, estudando, comprando outros aviamentos necessários e fazendo testes”, conta o empresário. Serão produzidas 500 mil máscaras durante o mês de maio. Mas, o empresário já admite que pode manter esse item em produção por mais tempo. “Estamos tentando comprar mais TNT já que a crise deve permanecer e o consumo dos produtos tradicionais da confecção deve ser bem baixo nos próximos meses”, prevê.

Na próxima semana, indústrias das demais regiões do Paraná receberão o tecido e darão início à produção.

 

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