Com o objetivo de ampliar ainda mais a sustentabilidade do setor, o Sindicato das Indústrias de Papel e Celulose do Paraná (Sinpacel) lançou, nesta quinta-feira (25), a “Rota Estratégica do Papel: da Logística Reversa à Economia Circular”. O estudo, desenvolvido sob coordenação técnica do Observatório Sistema Fiep, apresenta dados do setor e um panorama sobre a logística reversa no Paraná e no Brasil, além de elencar 214 ações consideradas prioritárias para que o segmento avance nessas áreas. Também foi produzido um estudo de tendências observadas no país e no mundo em termos de desenvolvimento sustentável.
O presidente do Sistema Fiep, Carlos Valter Martins Pedro, destacou a importância da indústria de papel e celulose para a economia do Paraná e elogiou a iniciativa do Sinpacel de estruturar um plano para que o setor seja referência em logística reversa e economia circular. Afirmou, ainda, que o sucesso da Rota Estratégica depende não só da ação conjunta de entidades representativas e poder público, mas principalmente do envolvimento das empresas. “É importante que este material chegue a todas as indústrias do setor, para que conheçam e tenhamos mais aderência a essa mobilização. Muitas ações dependem do governo, mas não é só isso, as empresas também precisam fazer a sua parte”, disse.
Já o presidente do Sinpacel, Rui Gerson Brandt, explicou que o lançamento da Rota Estratégica é mais uma etapa em um trabalho que já dura 12 anos, em que a indústria de papel e celulose busca uma identidade própria para seus processos de logística reversa – mesmo com o segmento ainda não tendo obrigações legais para realizar essa prática. “O setor adere sempre às propostas que levem à responsabilidade socioambiental e esta é mais uma contribuição para o que se propõe em termos de futuro para a sociedade. Não é só algo do sindicato ou do setor”, disse, referindo-se à necessidade cada vez maior de busca por caminhos sustentáveis de desenvolvimento.
Assista ao evento de lançamento da Rota Estratégica:
Brandt também destacou a cooperação técnica do Sistema Fiep no projeto. “O Observatório tem demostrado sua competência e qualidade, e isso nos motivou a fazer esta Rota Estratégica”, afirmou.
Também presente no lançamento, a diretora geral da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest), Fabiana Cristina de Campos, explicou que a interação com o Sinpacel durante a elaboração da Rota Estratégica tem sido importante para definição de diretrizes de logística reversa ligadas ao setor. “É uma temática muito importante para o governo e queremos efetivamente nos inserir nesse trabalho, sabendo qual é a parte que compete ao Estado para que possamos caminhar todos juntos”, disse. Ela ressaltou, ainda, que a Sedest implantou, recentemente, a plataforma Contabilizando Resíduos, uma ferramenta de gestão e planejamento sobre os resíduos sólidos do Estado. “A participação das empresas do setor é fundamental para que tenhamos números seguros para trabalhar efetivamente nessa área”, completou.
Sobre a Rota Estratégica
A “Rota Estratégica do Papel: da Logística Reversa à Economia Circular” é fruto de uma parceria entre o Sinpacel, por meio de seu Comitê Gestor de Logística Reversa, e o Sistema Fiep. A execução técnica ficou a cargo do Observatório Sistema Fiep, área prospectiva da entidade que já realizou mais de 100 estudos de futuro para diferentes setores industriais e territórios do Paraná e do Brasil. Gerente-executiva do Observatório, Marília de Souza explicou que o objetivo do trabalho lançado nesta quinta é conduzir a indústria de papel e celulose em sua transição para a economia circular, entendendo o que precisa ser feito para que isso aconteça.
Para isso, o Observatório utilizou sua metodologia de prospectiva estratégica, engajando diferentes participantes da cadeia produtiva, além de especialistas e agentes públicos, para a criação de um conhecimento sobre oportunidades, desafios e ações proativas a serem exploradas ao longo do tempo. Com isso, foi construído um roadmap que facilita a interação de grupos de especialistas e permite, de forma compartilhada, a criação de visões de futuro e a elaboração de conjuntos de ações encadeadas de curto, médio e longo prazos.
Com isso, foram identificadas as principais barreiras existentes atualmente e levantadas 214 ações necessárias para que elas sejam superadas. Assim, foi traçado o caminho para que o setor alcance sua visão de futuro desejada: ser referência na integração da cadeia de celulose, papel e embalagens para impulsionar a responsabilidade compartilhada rumo à economia circular.
As ações estão divididas em seis diferentes áreas, que representam fatores críticos para o sucesso da Rota. São elas: articulação; educação e treinamento; gestão e mercado; infraestrutura e logística; pesquisa, desenvolvimento, inovação e tecnologia; e política pública. “Algumas ações competem às empresas, outras ao poder público ou à sociedade”, explicou a gerente do Observatório, acrescentando que a execução do roadmap depende do esforço conjunto de todos esses atores.
Junto com a Rota Estratégica, foi lançado ainda um estudo de tendências, que apresenta movimentos que devem perdurar nos próximos anos, no Brasil e no mundo, na área de logística reversa e economia circular. Entre eles, avanços tecnológicos, negócios inovadores, novos comportamentos de consumo e práticas diferenciadas no mercado. O estudo completo pode ser acessado neste link.