Nova ferrovia e melhorias nas estradas são prioridades para lideranças da região Oeste

Demandas foram apresentadas durante reunião de atualização do Plano Estadual de Logística em Transporte realizada em Cascavel, nesta quarta (20)

Edson Vasconcelos, coordenador do Conselho de Infraestrutura da Fiep

A implantação da Nova Ferroeste – traçado ferroviário que ligará o Mato Grosso do Sul ao litoral do Paraná – e melhorias na malha rodoviária, aumentando a eficiência do escoamento de cargas da região até o Porto de Paranaguá, estão entre as principais demandas do Oeste do Estado na área de infraestrutura. As prioridades foram apontadas por lideranças de diversas entidades em uma reunião realizada nesta quarta-feira (20), em Cascavel, que faz parte do processo de atualização do Plano Estadual de Logística em Transporte – PELT 2035.

Elaborado em uma construção coletiva que envolveu representantes de mais de 20 entidades da sociedade civil paranaense e com coordenação técnica do Conselho Temático de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), o PELT apresenta 97 obras e projetos prioritários para que o Estado elimine gargalos logísticos até 2035. Desde o lançamento da última versão do plano, em 2016, 24% das intervenções foram concluídas. A maior parte, equivalente a 55% das demandas, já está planejada ou em início de execução. E os outros 21% ainda não tiveram avanços.

O vice-presidente da Fiep e coordenador do Conselho de Infraestrutura, Edson Vasconcelos, que é industrial do setor da Construção Civil em Cascavel, destacou a importância do tema para a região. “Para nós, que ficamos no Oeste do Paraná, é fundamental termos uma logística eficiente, por isso é fundamental esse olhar de futuro”, disse. Ele ressaltou, ainda, que esse planejamento conjunto reforça o pleito da sociedade em relação às obras necessárias. “Estamos fazendo essa rodada de atualização para revalidar e realinhar o PELT para que, em um período eleitoral, possamos contribuir com os candidatos, mostrando aquilo que precisamos para que este plano se cumpra. O mais importante é que, quando a sociedade sabe o que quer, fica mais fácil cobrar”, justificou.

Aumento de eficiência
Responsável por boa parte da produção agropecuária do Paraná, com forte presença da agroindústria, a região Oeste reivindica há anos melhorias nas malhas ferroviária e rodoviária, com foco no escoamento de seus produtos até o Porto de Paranaguá. Projetos que ampliem a capacidade e a eficiência do transporte por trens e caminhões são prioridades.

“O projeto da Nova Ferroeste reflete diretamente na região porque vai mudar a visão do transporte das cargas aqui do Oeste para Paranaguá”, explicou o gerente de Assuntos Estratégicos da Fiep, João Arthur Mohr, responsável técnico pela atualização do PELT. “Hoje, 80% das cargas vão por rodovia. O que se quer é inverter essa matriz, levando 40% só por rodovias e 60% por ferrovia”, completou.

Enquanto o projeto da nova ligação ferroviária ainda aguarda a abertura do processo de licitação, e levando-se em conta que os primeiros trechos dessa obra devem levar até sete anos para entrarem em operação, as rodovias seguem sendo as prioridades atuais. “O novo modelo de concessões de rodovias prevê uma série de obras para a região, incluindo duplicações, como a do trecho entre Cascavel e Matelândia, prevista para os primeiros cinco anos da nova concessão. Também a duplicação do trecho urbano de Cascavel, que deve ficar pronta até o terceiro ano da nova concessão, seguindo até a região de Guaraniaçu, passando por cidades como Virmond, Laranjeiras do Sul e Ibema”, detalhou.

Presente na reunião, o vice-presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário do Oeste do Paraná (Sindiwest), Edvaldo Geraldo, afirmou que a melhoria da infraestrutura impactará diretamente nos custos de produção para a indústria da região. “Dependemos de matérias primas que nem sempre estão do nosso lado, então a infraestrutura tem um peso muito grande no preço final do nosso produto. No caso da indústria da confecção, toda matéria prima vem de fora, então se não tiver uma logística de transporte adequada, esse custo vai ser agregado ao produto”, explicou.

Para ele, os investimentos em rodovias são essenciais, mas a nova ferrovia também pode trazer benefícios para seu setor. “O foco da ferrovia vai ser na grande escala do setor agrícola, mas nada impede que esse modal possa ser utilizado também pelo nosso setor para reduzir os custos. Seria uma alterativa de transporte, com um custo muito menor”, disse.

Próximas reuniões
A última versão do PELT 2035 pode ser acessada clicando aqui. Além de Cascavel, as cidades de Londrina e Maringá também já receberam reuniões para atualização do plano. A série de encontros regionais segue nesta quinta (21), em Francisco Beltrão, seguindo depois para Guarapuava (27), Ponta Grossa (28) e Curitiba (29).

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