Diversidade, Inclusão e Pertencimento foram as palavras-chave do Reatiba 2023

Evento reuniu 130 participantes para debate sobre a pessoa com deficiência no mundo do trabalho

Nesta terça-feira (26), aconteceu a 16ª edição do Reatiba. Promovido pelo Sistema Fiep, por meio do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE). O evento, que teve como tema Políticas Públicas, Profissionalização, Parcerias, Protagonismo e Participação Cidadã, reuniu 130 participantes no Campus da Indústria, em Curitiba.

Na abertura, Rui Brandt, diretor geral do CPCE, enfatizou como a história do Reatiba é um processo evolutivo. “A primeira edição foi uma descoberta, um desafio, de conhecer o que era a inclusão. Com o passar do tempo, se tornou oportunidade”, diz. “As empresas perceberam que ter dentro do seu ambiente aqueles que estavam fora passou a ser um ativo importante de imagem, de integração de equipe, de ambiente empresarial, que está inclusive alinhado aos ODS e ao ESG; isso leva à crença de que estamos no caminho certo e continuamos no processo de melhoria a cada ano”, completa.

Mirella Prosdócimo, conselheira do CPCE e fundadora da Adaptare Consultoria, abriu a programação. Ela, que participou da primeira edição do Reatiba, em 2008 e desde então contribui para o avanço do debate da inclusão, trouxe muitos conceitos importantes para o tema, como capacitismo. “Onde há acessibilidade e oportunidades, as possibilidades são infinitas”, afirmou.

A abertura do painel sobre Políticas Públicas foi com um vídeo do senador Flávio Arns, reconhecendo a importância das ações dos governos e do CPCE para disseminar o tema entre todos os setores da sociedade, destacando a recente Lei das Deficiências Ocultas. Em sua palestra, Cassiano Gonçalves, da Superintendência Regional do Trabalho-PR, lembrou que das 796 empresas em Curitiba têm que cumprir a Lei de Cotas.

“A inclusão da pessoa com deficiência foi determinada por lei em 1991, então faz 32 anos que o assunto está em vigor em termos de legislação, mas ainda assim a gente vê um índice muito grande de descumprimento”, revela. “Verificamos que isso ocorre por preconceito, por as empresas enxergarem de maneira equivocada a pessoa com deficiência, de que não pode atuar de maneira eficiente em muitas funções”, continua, enfatizando que na maioria vezes as empresas contratam pessoas com deficiências para cargos mais simples, que não exigem qualificação. “Existem pessoas com deficiência para preencher qualquer tipo de função e, quando não houver, é necessário que as empresas treinem e qualifiquem essas pessoas pra preencher esses papeis.”

O encontro teve ainda as participações importantes de Ivy Karla, da UNILEHU; Ênio Rodrigues da Rosa, do Instituto Paranaense dos Cegos – IPC; Júnior Ongaro, da Associação dos Deficientes Físicos do Paraná (ADFP); e de Ana Maria  Zem, da COCEC – Escola Especial Nilza Tartuce. Willian Gabriel Molari e Matheus Chaves, do CPCE JR, compuseram a programação, apresentando os avanços e desafios das organizações da sociedade civil em prol das pessoas com deficiência no mundo do trabalho.

Murilo Wenzel, da Sanepar, que esteve no evento, o tema é de extrema relevância para a sociedade. “Participamos hoje do 16º Reatiba, iniciativa do CPCE, e vivenciamos a construção permanente de uma sociedade mais responsável e que se respeita”, afirmou. Para o headhunter fundador da DeBernt e conselheiro sênior do CPCE, Bernt Entschev, que também acompanhou o Reatiba, a falta de consciência e de conhecimento são um grande problema e que cabe aos líderes das empresas mudarem essa realidade dentro delas. “Este é o papel do presidente da organização, porque é sobre pessoas e as pessoas devem ser o principal ativo da empresa”, afirma.

Confira aqui as fotos do evento.

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