
Imagine que, em uma consulta a um especialista, você descobre e entende que seu filho tem altas habilidades. Mas algumas perguntas vêm à sua cabeça: como fazer para que ele continue desenvolvendo essas habilidades? Como será na escola a partir de agora? Afinal, como a escola pode incentivar e motivar seu filho?
Números brasileiros
No Brasil, existem 38.019 estudantes com altas habilidades ou superdotação, segundo o Censo Escolar 2023, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Os dois termos têm significados diferentes. De acordo com a “Diretriz específica para o atendimento de estudantes com altas habilidades ou superdotação”, do Ministério da Educação, altas habilidades está relacionado a aspectos que podem ser moldados, modificados ou enriquecidos pelo papel do ambiente familiar, escolar e cultural; já superdotação faz referência a aspectos inatos e genéticos da inteligência e da personalidade.
É importante frisar que a ideia de que esses estudantes devem demonstrar genialidade ou habilidades excepcionais é equivocada. Eles têm indicadores de habilidade superior em alguma área do conhecimento, quando comparados a outros estudantes. No entanto, não necessariamente muito superior.
A importância de um entendimento correto

“É importante dar luz para esse assunto, porque não existe muita informação sobre estudantes com altas habilidades e superdotação.” Essa provocação é de Katiane Keila Proença Alves, mãe de Sofia Proença Alves, estudante do Colégio Sesi Internacional de Curitiba – Campus da Indústria. Sofia começou a investigação para altas habilidades em 2022, quando ainda estudava no 8º ano do Ensino Fundamental, em uma escola pública de Curitiba.
“Depois de algumas crises de ansiedade, ouvimos de uma profissional que Sofia era um caso de altas habilidades e que, mesmo estudando em uma escola pública muito boa, a necessidade de aprendizado dela não era suprido pela instituição”, conta a mãe. Sofia precisava de mais.
A orientação da profissional foi que Sofia mudasse de escola. Influenciada por uma sobrinha, que estudou no Colégio Sesi da Indústria da Cidade Industrial de Curitiba, os pais consideraram a instituição como uma boa opção. “Além da minha sobrinha, meu marido conhecia outra família que falava muito bem do Sesi Internacional, então decidimos conhecer a unidade do Campus da Indústria”, conta Katiane.
Sofia ficou encantada pelo Colégio, com a metodologia das Oficinas de Aprendizagem e com as possibilidades de desenvolvimento nos projetos. A família decidiu, então, matricular Sofia no 9º ano do Ensino Fundamental do Colégio Sesi Internacional, em 2023.
Para entender melhor o que seria necessário para o melhor desempenho de Sofia, a família buscou testes de altas habilidades em clínicas especializadas da capital paranaense. Sofia recebeu o resultado: um quociente de inteligência (QI) de 140, considerado muito acima da média, e discalculia, termo que se refere ao transtorno específico da aprendizagem com prejuízo na matemática. Tudo fez sentido.
Adaptação escolar
“Muitas pessoas pensam que, por ter altas habilidades, você é um super gênio, que a vida é incrível e que você vai conquistar tudo na vida. Muitas pessoas não sabem da parte difícil: as crises de ansiedade, a depressão, a hipersensibilidade”, desabafa Sofia. Lidar com um cérebro em formação e enfrentar vários desafios, como estes, não é um processo simples.
A psicóloga educacional no Sistema Fiep, Nadine Pereira Gritten, lembra que cada estudante carrega suas experiências escolares, vivências familiares e preferências individuais. “Assim como em qualquer mudança, é preciso ser paciente na adaptação escolar”, afirma a psicóloga.
A dificuldade de se relacionar com outras pessoas é um dos aspectos que Sofia mais tem trabalhado no Colégio Sesi Internacional. Afinal, a metodologia de ensino a partir do trabalho em equipe estimula o desenvolvimento dessas habilidades relacionais.
“Aprendi a lidar com a hipersensibilidade e a ansiedade. Uma coisa que me ajudou muito foi o estudo em período integral, porque quando fico pensando nos projetos e nas coisas que preciso fazer. Isso me deu mais vontade de estudar, e eu sempre gostei muito disso. O Sesi mudou minha perspectiva.”
O objetivo do Sesi é ajudar no desenvolvimento de todos os estudantes, com suporte e estratégias diferenciadas para estimular o desempenho nas áreas do conhecimento. Por isso, a metodologia do Sesi, aplicada em todas as unidades no Paraná, é a mais indicada por especialistas para estudantes com altas habilidades e superdotação.
“Eu cheguei aqui sem saber quem eu era. Estava muito nervosa em relação a tudo que ia acontecer na minha vida. O Sesi mudou muito esse ponto de vista porque eu amo conversar com os professores. Eles têm muita experiência, muita bagagem e falam sobre tudo o que eles tiveram que passar. Isso dá mais tranquilidade para levar as coisas com mais leveza e calma”, completa Sofia.
Serviço Social da Indústria
O Serviço Social da Indústria (Sesi) oferece soluções em segurança, saúde, educação e cultura para a indústria, para o trabalhador e para sua família. Com foco na formação e valorização da indústria e a retenção dos trabalhadores, a Educação Básica e Cultura do Sesi tem o compromisso de oferecer uma educação de qualidade além de, construir iniciativas culturais que potencializem a aprendizagem com cultura e inovação. Em todo o estado, são 34 unidades, além de uma em Campinas – Crescer na Indústria na Robert Bosch –, com ofertas que vão da Educação Infantil ao Ensino Médio, além da Educação Continuada e Educação de Jovens e Adultos.