Resolução regulamenta utilização de areia descartada de fundição no Paraná

Fiep participou da articulação para criação de lei estadual e integrou grupo que definiu diretrizes para o uso do produto em processos industriais ou construtivos

O produto é um dos resíduos do processo de fabricação de moldes em indústrias de fundição (Foto: Claraboia Filmes/CNI)

Por meio da Resolução Conjunta SEDEST/IAT nº 01/2025, publicada no Diário Oficial do Estado no último dia 28, foram estabelecidas as diretrizes para a utilização da Areia Descartada de Fundição (ADF) em processos industriais ou construtivos no Paraná.

A medida regulamenta a lei estadual 21.023/2022, de autoria da deputada Maria Victoria (PP) e do deputado Hussein Bakri (PSD). A proposta foi apresentada após articulação da Fiep, por meio de seu Conselho Temático de Meio Ambiente e Sustentabilidade e da Gerência de Relações Governamentais, atendendo a demandas dos empresários do setor de fundição. A Fiep também participou como convidada do grupo de trabalho que elaborou a resolução agora publicada.

A ADF é um dos resíduos provenientes do processo de fabricação de moldes em fundições, utilizados para a fabricação de peças de metais como ferro, aço, cobre, alumínio e latão. O material é rico em sílica, derivado de uma composição com areia natural. No Paraná, era permitido que a ADF fosse apenas depositada em aterros industriais, o que impedia seu reaproveitamento em outras áreas e gerava custos adicionais para as empresas do setor.

Com a lei 21.023/2022 e, agora, a resolução 01/2025, passa a ser permitida a utilização da ADF na produção de concreto asfáltico; concreto e argamassa para artefatos de concreto; telhas, tijolos e outros artigos; assentamento de tubulações e de artefatos para pavimentação; base, sub-base, reforço de estradas, rodovias e vias urbanas; e na cobertura diária em aterros sanitários.

Impactos positivos
Para a Fiep, além de evitar a dispersão desse resíduo na natureza, a medida abre novas oportunidades de negócios para o setor industrial paranaense. Além disso, torna mais competitiva a indústria de fundição do estado, que terá reduções de custos, já que atualmente é bastante afetada pelo valor do frete e do descarte da ADF em aterros industriais.

A deputada estadual Maria Victoria destacou a importância do diálogo do Legislativo com o setor industrial para viabilizar esse avanço. “Com diálogo e debate técnico, construímos uma solução conjunta com o apoio do setor produtivo e do governo do Estado”, disse. A parlamentar também solicitou ao governo do Estado que todos os editais de obras públicas no Paraná prevejam a utilização da ADF.

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