Aos 49 anos e com uma população estimada em 18 mil habitantes, o município de Loanda, no Noroeste do Paraná, é o maior produtor estadual de metais sanitários. A produção inclui, entre outros itens, torneiras, materiais hidráulicos, registros, válvulas e saboneteiras.
A produção estimada em 700 mil peças/mês é comercializada para todo o território nacional e chega inclusive a países do Mercosul. De acordo com estatísticas da Prefeitura, o setor emprega em torno de 3 mil pessoas e responde por cerca de 50% da economia local, dividindo a liderança com a pecuária.
É neste cenário que foi aberta nesta quarta-feira (20) a Clínica Tecnológica de Metais Sanitários, promovida pelo Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), através da Rede de Tecnologia do Paraná (Retec).
O evento, que prossegue na quinta (21), consiste na realização de consultorias e palestras enfocando assuntos previamente definidos pelos próprios industriais. “Queríamos ter acesso a conhecimentos, saindo de um certo isolamento que nos encontrávamos. Só deste modo poderemos ter condições de maior desenvolvimento”, diz a empresária Roberta Gomes, coordenadora da governança do Arranjo Produtivo Local – APL de Metais Sanitários -, criado em fevereiro deste ano com apoio do Sistema Fiep, por meio do Instituto Euvado Lodi (IEL-PR).
Num trabalho integrado, técnicos do IEL e da Retec identificaram as necessidades de suporte técnico do setor em Loanda, que embasaram a realização da clínica. “Para nós é muito importante, porque este evento nos tira do anonimato e conscientiza o próprio setor da necessidade de buscar coisas novas”, diz Henrique Torres, dono da Delta Metais, uma indústria que emprega atualmente cerca de 250 pessoas.
O principal mercado de Torres é o Estado do Rio de Janeiro, embora comercialize produtos para as mais variadas regiões brasileiras. Alguns estabelecimentos já exportaram, como é o caso da Metais Pevilon. O proprietário, Marco José Rodrigues Batata, conta que já vendeu para clientes em Uruguai e Paraguai. E que está sendo procurado por interessados em representar a indústria dele naqueles países. “Um evento como este realizado em Loanda é importante porque os consultores nos trazem novidades e pontos de vista de experiências vividas em grandes empresas e até multinacionais. Além disso, estamos nos preparando para enfrentar um mercado que passa por transformações”, observa o industrial.
No primeiro dia da clínica, os participantes receberam consultorias em duas áreas: Novos arranjos físicos (estruturação de layout), com a engenheira civil e chefe do setor de controle e estatística da Urbanização de Curitiba, Ana Cristina Moro Milléo, e tratamentos químicos (cromação), com o químico e presidente da Associação Paranaense de Empresas de Tratamento Superficial, Edward Borgo.
Na quinta-feira, será realizada uma clínica sob o tema Novos processos de acabamento de produtos da liga, com a química e supervisora de de produção (galvanoplastia e pintura) da empresa Pado, Edilene Sarge Figueiredo. Também integra a programação o Laboratório de Criatividade, iniciativa do Senai-PR voltada principalmente a identificar a capacidade de valorizar o potencial das pessoas e verificar necessidades de se criar novos produtos.
Nas noites de quarta e quinta-feira são promovidas palestras, abertas a todos os interessados, com o objetivo de transmitir informações a respeito do mercado, exportação, fomento, métodos de auxílio às micro e pequenas empresas.