O Senai inaugurou na noite de quinta-feira (12), em Maringá, o Complexo de Laboratórios de Bioprocessos Industriais e Biotecnologia. São seis laboratórios: biocombustíveis, química, meio ambiente, processos fermentativos e enzimáticos, microbiologia e bioquímica, e agroalimentos. A unidade vai formar profissionais para indústrias de todo o Paraná. O empreendimento atende principalmente a demanda das indústrias de alimentos e meio ambiente, além de usinas de açúcar e álcool.
“As usinas de álcool e açúcar estão buscando a produção do etanol de segunda geração, que em breve se consolidará, e para isso o mercado vai precisar de profissionais altamente qualificados que poderão sair deste laboratório”, disse Anísio Tormena, presidente da Associação de Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná (Alcopar), durante a inauguração. O etanol de segunda geração é um passo adiante na produção do biocombustível que aproveita o bagaço e a palha da cana de açúcar. O investimento total no empreendimento foi de R$ 500 mil, sendo R$ 250 mil do Departamento Nacional do Senai, R$ 225 mil do Senai Paraná e R$ 25 mil da Alcopar.
“Esse é um momento muito importante para o desenvolvimento tecnológico da nossa região. Cada vez mais precisamos de soluções inovadoras e transformadoras e para isso precisamos investir em profissionais que desenvolvam estas soluções”, destacou o prefeito de Maringá, Silvio Barros, presente na inauguração. O diretor-regional do Senai, João Barreto Lopes, contou que o empreendimento é fruto de uma proposta que nasceu dos empresários. Além disso, Barreto lembrou que a biotecnologia foi apontada como uma área de futuro numa recente pesquisa realizada pelo Senai Paraná, tornado-se, portanto, estratégica para a instituição.
Participaram também da solenidade de inauguração o secretário de Estado do Planejamento, Ênio Verri; o vice-presidente da Fiep e presidente do Sindimetal Maringá, Carlos Walter Martins Pedro; e o coordenador da Fiep em Maringá, Paulo Meneguetti, além de diversos líderes empresariais da região.
Capacidade de atendimento
Planejado para ser utilizado nas aulas práticas do curso técnico de Bioprocessos Industriais e Biotecnologia, iniciado nesta semana para 35 alunos, o complexo tem 340 metros quadrados, divididos em seis laboratórios e um almoxarifado com vidrarias e reagentes. “A capacidade de atendimento será para mais de 100 alunos, simultaneamente”, informa a gerente do Senai Maringá, Terezinha Naiverth Antonechen.
O laboratório está equipado com estufa de cultura microbiológica, centrífuga de bancada, capelas de exaustão, autoclave, biorreator (5 litros), chapa de aquecimento, moinho de esferas, turbidímetro, sistema de osmose reversa, microscópios e estufa incubadora para DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio).
“Inicialmente atenderemos apenas alunos do curso técnico. Mas o objetivo é torná-lo, a partir de 2010, um laboratório prestador de serviços, realizando análises e ensaios para empresas”, explica Terezinha. Hoje, o laboratório já permite a realização de diversas atividades, como análise microbiológica e de fatores que afetam o crescimento microbiológico, determinação de cinzas, identificação de micro-organismos, microscopia, seleção de substratos e determinação de pH.
De acordo com a gerente, o laboratório vai fornecer formação técnica para um campo onde o mercado procura por profissionais. “Na área de laboratórios existe a manipulação genética para obtenção de plantas com maior resistência a pragas e herbicidas. No meio ambiente é notável o uso de microrganismos no tratamento de efluentes industriais e degradação de substâncias tóxicas. Na área de alimentos há a necessidade cada vez maior de produzir alimentos livres de contaminantes”, exemplifica Terezinha. “Vamos preencher essa necessidade do mercado”, completa.