Global Forum Nordeste gera 21 iniciativas de ação concreta

Ações foram propostas em dois dias de trabalho. O encontro reuniu mais de 500 empresários, representantes da academia, poder público e sociedade civil

clique para ampliar Sistema FIEP (Foto: Jerônimo Sodré)

Vinte e uma iniciativas de ação concreta, que aliam educação, negócios e sustentabilidade, surgiram como resultado do Global Forum Nordeste, realizado de 15 a 17 de abril em João Pessoa, na Paraíba. O encontro é um desdobramento do Global Forum América Latina (GFAL), realizado em junho de 2008, em Curitiba, Paraná.

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Na avaliação da diretora da Universidade Corporativa da Indústria da Paraíba (Ucip) e coordenadora do GFAL Nordeste, Denise Pinto, o encontro superou expectativas, tanto na quantidade dos participantes, quanto na qualidade das discussões. “Tivemos uma aceitação muito boa por parte da população nordestina. Houve um envolvimento e boa vontade de todos pela proposta. Agora precisamos colocar em prática as ações sugeridas e a Ucip e parceiros poderão auxiliar os participantes”, disse.

A maioria das propostas está relacionada ao cuidado com o meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Destacam-se a urbanização ecológica e moradia sustentável, a coleta e despejo seletiva de lixo, a eficiência do uso da energia na indústria, a criação do “Selo Verde” para empresas que exploram áreas costeiras, educação ambiental para crianças e fortalecimento da educação em todos os níveis.

As propostas foram formuladas pelos mais de 500 empresários, representantes da academia, poder público e sociedade civil que, durante dois dias, dialogaram sobre projetos já existentes e ações que pudessem contribuir com a educação e sustentabilidade.

“Como resultado de toda essa discussão, temos uma integração maior, programas de sustentabilidade sendo levados para as universidades e um interesse dos empresários em vivenciar o processo”, afirmou Ronald Fry, coordenador do departamento de Desenvolvimento Organizacional da Weatherhead School of Management (Case Western Reserve University) e coordenador dos trabalhos durante o fórum.

A coordenadora geral do Global Forum, Margarita Bosch, destaca a importância da mobilização na Paraíba. “A construção de um fórum no Nordeste se dá pela relevância em termos de inovação, e aqui nós já estamos vendo os resultados porque a produção científica é expressiva”, disse.

O movimento mundial Global Forum foi trazido ao Brasil pelo Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), através da Unindus, universidade corporativa da indústria, para discutir o papel da educação e dos negócios com foco na sustentabilidade. Já foram realizados encontros em Curitiba e São Paulo, dos quais resultaram 38 ações.

Os resultados de todos os encontros serão sistematizados e compartilhados no encontro BAWB – Global Forum Mundial, que acontecerá de 2 a 5 de junho, em Cleveland, nos Estados Unidos. O presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, foi convidado a apresentar a experiência latino-americana e os principais resultados na integração universidade-empresa no Brasil.

Integração – Representantes da academia, setor produtivo, setor público e sociedade civil contribuíram para as discussões. O pró-reitor da Universidade Federal da Paraíba, Luiz Renato Pontes, avaliou o Global Forum como uma oportunidade ímpar para a região Nordeste, em especial para o desenvolvimento sustentável da Paraíba. “Essa integração é importante para que o setor produtivo possa conhecer os trabalhos que vêm sendo desenvolvidos nas universidades e fazer com que essa união de forças seja transformado em embriões sustentáveis, onde a sustentabilidade seja um foco”, disse.

“Este fórum nos deu a possibilidade trocarmos ideias, dividir experiências e absorver culturas de todo Nordeste, com enfoque na superação da crise mundial sem esquecer a questão da sustentabilidade”, destacou Alfredo Luiz da Costa – Consultor da Indutrel, de Mossoró (RN).

Para Fernando Elias Penedo, analista do Sesi Nacional , a realização do Global Forum na Paraíba não foi por acaso, mas estratégica. “A perspectiva é que o crescimento industrial da região Nordeste desponte, provocando um aumentando das demandas. E nós sentimos a necessidade de formar líderes preparados e preocupados com o desenvolvimento sustentável”, destacou.

Segundo Victor Tavares, diretor da Escola de Negócios da Universidade do Cabo Verde, na África, as discussões acerca da sustentabilidade estão apenas começando em seu País. “Nossa universidade tem apenas um ano, e, como nossa realidade é bem diferente, temos que trabalhar com as parcerias. É muito interessante participar de debates e conhecer experiências mais ousadas”, ressaltou.

Compensação – O Sistema Federação das Indústrias do Estado da Paraíba e a prefeitura de João Pessoa vão promover o reflorestamento para neutralizar o efeito ambiental das 29 toneladas de gás carbônico emitidas durante o Global Forum Nordeste. Serão plantadas 58 mudas de ipê amarelo ao longo da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura & Artes, local de realização do evento.

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