Pré-sal deve financiar indústria de energia limpa, diz Rocha Loures

Presidente da Fiep afirma que BNDES deveria ser gestor do fundo social e que recursos do petróleo devem promover a modernização do Brasil

clique para ampliar Rodrigo da Rocha Loures durante pronunciamento na Assembleia Legislativa do Paraná (Foto: Gilson Abreu)

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, defendeu nesta segunda-feira (21), em audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado, em Curitiba, que os recursos advindos das reservas do petróleo pré-sal sejam aplicados na modernização do Brasil, através do desenvolvimento de uma indústria de energia limpa. “O fundo soberano não deve ter por finalidade diminuir a pobreza ou destinar recursos para a educação e a saúde. Para isso o resto da economia tem condição de colocar o País em uma posição adequada. Essa riqueza deve servir para construirmos uma nação moderna, que ofereça bem-estar ao cidadão e uma infraestrutura de qualidade, com um desenvolvimento tecnológico tal que nos permita ser a primeira nação a ter um real desenvolvimento sustentável”, afirmou.

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Rocha Loures foi um dos convidados da audiência pública que debateu a destinação dos recursos do pré-sal no Paraná. O evento contou com a presença do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, do senador Osmar Dias e do deputado federal Ricardo Barros, além de outros deputados federais e estaduais e autoridades diversas. O presidente da Fiep entregou aos integrantes da mesa uma cópia do documento contendo o posicionamento da Federação acerca do tema.

Para Rocha Loures, o Brasil não deve se tornar um distribuidor de petróleo bruto, mas deter o conhecimento de uma potência tecnológica em petróleo e ser, acima de tudo, referência em energias renováveis: “O projeto de uma forte economia de baixo carbono deve compensar a emissão de gases decorrente da exploração do pré-sal”, disse. “Devemos desenvolver este e muitos outros instrumentos que sejam fundamentais para colocar o Brasil no mapa da economia de baixo carbono”, completou.

O presidente da Fiep também se manifestou contra o projeto de criação de uma nova empresa estatal para gerir os recursos do pré-sal, a Petrosal. Na opinião de Rocha Loures, a gestão do fundo soberano social deve ser feita através de uma subsidiária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES): “O BNDES já tem estrutura e competência para gerir recursos, que poderiam ser aproveitados com o pré-sal”, afirmou. “Este fundo tem funções macroeconômicas e se for usado para questões emergenciais, vai crar um novo problema na nossa economia”.

Em seu pronunciamento no plenário da Assembleia, Rocha Loures destacou, ainda, a necessidade de se criar uma lei de inovação estadual nos moldes da lei federal. “A nova economia passa necessariamente pela inovação, e estamos discutindo diversas agendas em nível federal, mas em nosso Estado não está acontecendo nada. Precisamos capacitar nosso Estado a inovar. Temos que colocar nossas universidades e estruturas públicas alinhadas à política federal, que visa o aumento da competitividade. Esses recursos serão melhor capturados por regiões que puderem desenvolver melhor essa economia”, completou.

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