Um panorama sobre a distribuição da população urbana no planeta e as formas como os governos locais podem facilitar a vida dos cidadãos foram apresentadas nesta sexta-feira (12), na Conferência Internacional de Cidades Inovadoras (CICI2010) pelo arquiteto e urbanista brasileiro Jonas Rabinovitch, conselheiro da Divisão de Administração Pública e Gerenciamento do Desenvolvimento das Nações Unidas (Undesa). Ao lado do diretor do Departamento de Desenvolvimento Sustentável do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, o egípcio Sameh Wahba, Rabinovitch participou da mesa de abertura do terceiro dia da CICI2010, com o tema “A governança do desenvolvimento nas cidades”.
“Hoje, mais de 50% da população mundial vive em cidades. Até 2050, as áreas urbanas chegarão a 3,1 bilhões de habitantes, sendo que as cidades médias, que hoje têm entre 100 e 500 mil habitantes, são as que mais vão receber essa população”, afirmou Rabinovitch. Em sua opinião, o grande desafio para essas cidades será enfrentar cada vez mais problemas com menos recursos. Para que elas enfrentem as dificuldades, o urbanista sugere novas formas de governo e políticas públicas. “A administração pública precisa se adaptar às pessoas e não o contrário. Não conheço nenhum político no mundo que não esteja interessado em atender a satisfação da cidadania, mas com frequência a instituição sabe aonde ir, mas não sabe como chegar lá”, diz.
Rabinovitch afirma ainda que a inovação cumprirá papel fundamental nessa transformação dos governos locais, mas para que ela aconteça, enumera algumas condições necessárias. “A inovação não é um processo linear, mas um ciclo. Para se gerar uma inovação, é preciso intenção, capacidade, tecnologia – não necessariamente alta tecnologia – e recursos”, declara. Além disso, o urbanista diz que soluções inovadoras, depois de implantadas, devem passar a fazer parte da rotina dos governos.
Já Sameh Wahba apresentou projetos do Banco Mundial voltados para o desenvolvimento de cidades. Segundo ele, a instituição destina em média U$ 1,4 bilhão em projetos voltados para áreas urbanas. Para Wahba, as perspectivas para as cidades são positivas, já que os governos locais estão tomando o controle de seus próprios desenvolvimentos.