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Seguindo a tendência de baixa atividade nos primeiros meses de cada ano, as vendas industriais paranaenses acumularam leve queda de 0,08% no primeiro bimestre de 2010, quando comparado com o mesmo período de 2009. A indústria do Estado, porém, começou a dar sinais de recuperação, já que o último fevereiro apresentou o melhor desempenho para este mês em toda a série histórica pesquisada pelo Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).
O resultado global negativo no início de 2010, apesar de típico, foi acentuado pelo cenário de rearranjo da economia mundial após a crise e da persistente valorização do Real, que dificulta as exportações da indústria paranaense, que acumularam queda, em termos financeiros, de 20,20% no bimestre.
Apesar da redução no início do ano, fevereiro já mostrou fortes sinais de recuperação, com um crescimento de 7,82% nas vendas em relação a janeiro. Foi o melhor resultado da série histórica para um mês de fevereiro. “Esse aumento é expressivo, pois fevereiro teve apenas 18 dias úteis”, ressalta o coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt. O desempenho positivo no mês se deve ao fato de 11 dos 18 gêneros pesquisados terem registrado aumento nas vendas. Dos três gêneros de maior participação relativa na indústria paranaense, dois também tiveram crescimento: “Veículos Automotores” (+73,85%) – em razão de retorno ao nível esperado de vendas após redução de 52,10% em janeiro – e “Refino de petróleo e Produção de Álcool” (+10,55%). Apenas “Alimentos e Bebidas” teve queda (-0,96%).
Além do aumento nas vendas, quando comparado o mês de fevereiro de 2010 com o de 2009, foi registrado também um aumento de 5 pontos percentuais no nível de utilização da capacidade instalada da indústria paranaense, que chegou a 77%. Além disso, o nível de emprego na indústria no primeiro bimestre deste ano apresentou aumento de 2,01% em relação a igual período de 2009. “A atividade industrial dá sinais de haver suplantado a crise iniciada em setembro de 2008, principalmente a partir das operações no mercado doméstico, e indica que deve estar sendo programada para este ano de 2010 em nível superior ao do verificado no ano passado”, constata Schmitt.
Para o economista, o dinamismo da indústria paranaense em 2010 vai depender de três fatores principais. O primeiro é o desempenho da agricultura. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura, a safra 2009/2010 está 28% superior à da safra de 2008/2009, apesar da redução de alguns preços. Outro fator é o volume de crédito, a evolução da taxa de juros e o número de parcelas para quitação das dívidas assumidas para aquisição de veículos, o segundo gênero de maior peso relativo na indústria do Paraná.
Por fim, será importante a evolução da construção civil. “Ela vem sendo foco de incentivos por parte do governo federal e que, em se expandindo, pode transferir seus efeitos multiplicadores para outros setores da indústria nacional, com menor comprometimento de divisas na medida em que se trata de setor pouco dependente de insumos importados”, explica Schmitt.